Jornal Estado de Minas

Marina condena 'lei sob encomenda'

Para ex-senadora, projeto que inibe criação de novos partidos foi feito para inviabilizar a sua legenda e a candidatura em 2014

Alessandra Mello
Marina Siva caminhou ontem pela Savassi buscando adesões para criação do seu partido, o Rede - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A.Press
A ex-senadora Marina Silva (AC) esteve neste sábado em Belo Horizonte, um de seus redutos eleitorais, para colher assinaturas para seu novo partido, o Rede Sustentabilidade. Marina, que venceu a eleição na capital mineira no primeiro turno da disputa presidencial de 2010 com cerca de 126 mil votos a mais que a presidente Dilma Rousseff, aproveitou a passagem por Belo Horizonte para criticar a tramitação no Congresso Nacional do projeto de lei que dificulta a criação de novos partidos. Para ela, a proposta é uma tentativa de inviabilizar sua candidatura a presidente em 2014. Segundo Marina, a população também enxerga isso como um manobra e a solidariedade ao Rede tem aumentado em função dessa proposta, cuja tramitação foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, na quarta-feira.
“As pessoas percebem que essa é uma lei de encomenda para nos inviabilizar. Essa atitude autoritária da base do governo, do PMDB e do partido do Kassab (Gilberto Kassab, presidente do PSD) é um atentado à nossa democracia. Até porque, o Brasil sempre foi pluripartidário e é isso que está sendo quebrado”, critica a ex-senadora, que tachou o projeto de “casuísmo”

De manhã, Marina visitou a região do Barreiro e no início da tarde foi para a Savassi, na Zona Sul, em busca de adesões à criação do Rede. Para ela, um partido voltado para a proteção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável sensibiliza pessoas de todas as idades. Na Savassi, a ex-senadora custava a dar alguns passos, já que a todo momento era cercada por populares interessados em conversar e tirar fotos com ela. Hoje, a ex-senadora permanece em Belo Horizonte. Ela visita a Feira Hippie, na Avenida Afonso Pena, em busca de mais assinaturas para a criação do Rede. “É grande o acolhimento das pessoas pela causa e pelo esforço político que a gente está fazendo para ter uma ferramenta política que contribua para que a gente saia dessa estagnação.”

O partido precisa de 550 mil adesões para ter seu registro aceito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Minas Gerais, até terça-feira, o Rede pretende conquistar pelo menos 35 mil assinaturas. De acordo com o ex-deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira, um dos articuladores do partido no estado, o número de eleitores a favor do Rede tem aumentado e ele acredita que a legenda vai estar apta a disputar as eleições de 2014. Sobre o projeto que limita os novos partidos, o ex-deputado foi curto. “O PT tem medo da Marina.”