São Paulo - O engenheiro Delson José Amador, ex-superintendente do DER, disse que conhece Olívio Scamatti, mas não mantém amizade com o empreiteiro. “Eu o recebi no DER, como recebi representantes de mais de uma centena de empresas que participavam de licitações muito disputadas. As audiências eram públicas e agendadas. Nada a portas fechadas.” Ele disse que só conhecia o dono da Demop como Olívio, nem sabia seu sobrenome. Sobre o grampo em que Scamatti disse ter “aproximação boa” com ele, Amador anotou: “Creio que é uma maneira de valorizar o próprio papel dele”. O engenheiro enfatizou ainda que na gestão dele, o Tribunal de Contas do Estado não apontou irregularidades em nenhum contrato.
O criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende Scamatti, é categórico. “A denúncia é descomunalmente extensa. Fala muito e diz pouco. Pior, aponta dois crimes: falsidade ideológica e fraude no caráter competitivo de duas licitações. Articula, como virou hábito, o crime de quadrilha, agora com a assustadora denominação de organização criminosa. De concreto, provado mesmo, quase nada. As acusações ignoram uma vida de dedicação ao trabalho árduo e honesto.” Toron pondera que a Justiça já reconheceu que os fundamentos para a prisão de Scamatti “eram inidôneos”. Ele acredita “plenamente que as acusações, uma a uma, serão refutadas”.
O DER informou que nunca recebeu comunicação oficial sobre a Operação Fratelli. “O DER não possui registro de visitas no período solicitado e não foi comunicado a respeito de subcontratações da Demop.”