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Proposta de Emenda Constitucional que limita poder do STF pode ser arquivadaMarco Maia colhe adesões para projeto que barra liminares do STF sobre atos do Congresso'A bola está no chão', diz Calheiros sobre STFPresidente da Câmara apresenta projeto para promover a paz com o STFPara apoiar Dilma, PMDB estuda candidatura em PernambucoPresidente da Câmara envia esclarecimentos ao STF sobre PEC 33A ofensiva apaziguadora do PMDB, porém, foi conturbada por declarações do petista Marco Maia (RS), ex-presidente da Câmara, que, contrariando orientações da presidente Dilma Rousseff, pôs mais combustível no embate com o STF.
Da tribuna da Câmara, Maia anunciou que apresentará outra emenda constitucional (PEC) que, se aprovada, proíbe que liminares assinadas por apenas um ministro do STF possam suspender a tramitação, no Congresso, de projeto de lei ou emenda à Constituição. Foi isso que ocorreu na semana passada, quando a liminar de Gilmar Mendes barrou a apreciação, no Senado, do projeto sobre a criação de novos partidos.“Quem legisla, quem aprova mudanças na Constituição, quem altera o arcabouço legal do País e quem debate alterações na Constituição, nas leis, nas regras de funcionamento do País, é o Parlamento”, proclamou Marco Maia. Henrique Alves se disse surpreso com a iniciativa de seu antecessor. “Estou sendo informado disso agora. Não sabia”, afirmou, logo depois da reunião com Gilmar Mendes.
Origem
O conflito entre o STF e o Congresso começou justamente por uma PEC apresentada pelo deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) que permite ao Legislativo cassar decisões do Supremo. No mesmo dia, o ministro Gilmar Mendes, por liminar, suspendeu a tramitação do projeto de lei que dificulta a criação de novos partidos. A ação que pediu ao STF para suspender a tramitação do projeto foi apresentada pelo PSB, sob o argumento de que era inconstitucional. Já a emenda constitucional de Nazareno teve a tramitação suspensa por ordem da presidência da Câmara. Alves disse ontem que pediu novos estudos sobre a constitucionalidade da proposta.
A presidente Dilma Rousseff havia pedido ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que é jurista, para ajudar a conter o embate entre o Legislativo e o Judiciário. Temer, depois de criticar publicamente a PEC 33, acionou Renan Calheiros e Henrique Alves para o encontro com Mendes. “Foi uma reunião muito boa e amistosa”, relatou Henrique Alves. “Na semana que vem vamos ter nova reunião”, emendou Calheiros. Indagado se Mendes mudaria a liminar sobre os partidos, ele lembrou que haverá o feriado de 1.º de Maio. Portanto, todos terão uma semana para esfriar a cabeça.
O presidente da Câmara informou que quer alterar o regimento da Casa. A partir de agora, a votação de qualquer PEC será feita nominalmente e não por votação simbólica, como ocorreu com a proposta de Nazareno Fonteles. “Não queremos e não podemos restabelecer qualquer confronto com o Judiciário. Essa Casa sabe dos seus direitos e deveres e o Judiciário também”, disse Alves.