O projeto da “cura gay”, defendido por membros da bancada evangélica na Câmara Federal, pode ser aprovado na Casa. O membro da Comissão de Direitos Humanos e deputado federal Anderson Ferreira (PR/PE) concedeu parecer favorável a projeto de 2011 que suspende a resolução do Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, impede os psicólogo de tentar curar a homossexualidade. O projeto é de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO) e ganhou fôlego após a nomeação de Marco Feliciano à presidência da comissão.
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Frente Parlamentar LGBT considera aberração projeto que propõe a "cura" do homossexualismoBolsonaro questiona se Dilma é homossexualOAB: Decisão do STF sobre união homossexual é reconhecimento da igualdade e dignidadeAGU e Procuradoria Geral defendem união homossexualConselho de psicologia critica discussão de 'cura gay'Tucanos pressionam deputado a retirar da pauta projeto que trata da "cura gay"Batalha psicológica na comissão comandada por Marco FelicianoA proposta da “cura gay” ainda está na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Em março, o presidente da comissão, Marco Feliciano (PSC), indicou o deputado pernambucano Anderson Ferreira, outro pastor, para relatar o texto. Agora, o projeto polêmico aguarda ser votado em plenário pela Comissão. A data deve ser marcada por Feliciano. Caso aprovado, o projeto deve seguir para a Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Constituição e Justiça.
Autor é alvo de polêmicas
O autor do projeto da “cura gay” está longe de ser admirado em seu partido. O deputado e integrante da cúpula nacional do PSDB Nazareno Fonteles afirma que João Campos é mais evangélico do que tucano. “Esse deputado é mais da bancada evangélica do que da bancada tucana”, afirmou o líder.
Campos, que é pastor da Assembleia de Deus, também é contra o projeto de lei que criminaliza a homofobia, contra o aborto, contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a cirurgia de mudança de sexo no SUS. Costuma votar alinhado com a bancada evangélica. Sobre o projeto da “cura gay”, ele diz que o tema é uma defesa da liberdade. “Estou zelando pela Constituição”, disse ao defender, no ano passado, a proposta. “Eu não estou tratando de cura gay”. Para Campos, a resolução fere o direito constitucional de psicólogos e pacientes.