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Feliciano inclui projetos contra direitos gays na pauta da comissãoPresidente da Câmara pode rever triagem de Feliciano para barrar protestosFeliciano restringe reunião de comissão a evangélicosSenado e Câmara definem agenda comum para priorizar projetos na área de direitos humanosDeclaração de Marina Silva defendendo Marco Feliciano repercute nas redes sociaisMarco Feliciano já defendeu pastor acusado de estuproIgreja de bruxaria aciona STF contra composição da Comissão de Direitos Humanos da CâmaraO outro projeto que provocou reações propõe cadeia por até três anos para quem discriminar pessoas que se atraiam pelo sexo oposto, a chamada heterofobia. “Não se pode esquecer que maiorias também podem ser vítimas de discriminação – e que as políticas públicas antidiscriminatórias não podem simplesmente esquecê-las”, argumenta o autor da proposta, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), maior fiador da permanência de Feliciano à frente da CDHM.
Provocação O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, disse ser lamentável a CDHM estar em “mãos erradas” com poder para provar esses temas. “Tratar homossexualidade como doença é algo de inspiração nazista e falar de uma discriminação que não existe, contra heterossexuais, é uma provocação”, lamentou. Movimentos sociais que têm organizado protestos contra Feliciano desde sua eleição para presidir a CDHM prometeram reforçar as manifestações. “Tem muitos assuntos que deveriam ser discutidos na comissão e ele as ignorou para colocar coisas absurdas que retrocedem sobre direitos já adquiridos”, reclamou a psicóloga e integrante do movimento Não me Representa Sheylane Brandão.
Deputados do PSOL que decidiram deixar a CDHM também se revoltaram. “Esse projeto beira o ridículo, vai ser alvo de piada, é a mesma coisa que defender punição a racismo contra branco, um absurdo”, afirmou Chico Alencar (RJ). “É um achincalhe à democracia, um escândalo, é debochar de algo sério como o parlamento”, completou Jean Wyllis (RJ), para quem a definição da pauta trouxe à tona as intenções homofóbicas de Feliciano. “Ele viu que tinha saído do foco e quis ganhar de novo os holofotes”, ressaltou.
Por meio da assessoria de imprensa, Feliciano argumentou que “a fila de projetos da comissão simplesmente andou” e que não vai modificar a pauta. “Como presidente e magistrado, apenas coloco os temas em votação e quem vota é o colegiado”, declarou.