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Defesa de Dirceu apresenta recurso ao Supremo Tribunal FederalToffoli enfatiza tese de inocência de ex-ministro José DirceuBarbosa será o orador da Medalha da Inconfidência, Dirceu fez o mesmo em 2000Dirceu tenta reduzir pena com voto de LewandowskiJosé Dirceu defende protestos e critica repressãoEsgotada edição do livro polêmico sobre história do ex-ministro José Dirceu Biografia não autorizada de José Dirceu chega às livrariasTodos os condenados no mensalão apresentam recursos ao STF no prazoDefesa vê erros jurídicos e pede anulação do acórdão do julgamento do mensalãoEx-deputado Bispo Rodrigues apresenta recurso contra julgamento do mensalãoMais três condenados no julgamento do mensalão recorrem ao Supremo Defesa de Roberto Jefferson apresenta recurso ao STFTermina nesta quinta-feira prazo para recurso de condenados no mensalão"A supressão das manifestações dos ministros prejudicou imensamente a compreensão do acórdão, inviabilizando a plena ciência da fundamentação adotada pelos julgadores da causa", afirma a defesa, subscrita pelos criminalistas José Luís Oliveira Lima, Rodrigo Dall'Acqua e Ana Carolina Piovesana. A defesa pede a redução da pena-base pelo crime de formação de quadrilha imposta a Dirceu sob argumento de que é contraditória e ilegal. Alega a defesa "grave prejuízo causado pelas supressões". "O acórdão foi contraditório ao exacerbar a pena duas vezes pelo mesmo fundamento. Tal contradição é inadmissível e viola entendimento do Supremo Tribunal Federal."
A defesa também atribui a Barbosa contradição na fixação da pena a Dirceu pelo crime de corrupção ativa. Dirceu pede que sejam concedidos efeitos infringentes aos embargos de declaração, com "a consequente e necessária redução da pena base". O recurso coloca como “questão preliminar” o deslocamento da relatoria. “Considerando que o ministro relator assumiu a Presidência do Supremo Tribunal Federal estes embargos de declaração devem ser redistribuídos para outro ministro, conforme interpretação dos artigos 38 e 75 do Regimento Interno do STF.”
A defesa argumenta que “o acórdão não conteve a transcrição, na integra, das manifestações de todos os ministros, posto que houve supressão de diversas falas proferidas durante o debate da causa”. No recurso de 46 páginas, a defesa cita que houve supressão da fala, por exemplo, dos ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
“Com o resultado das indevidas supressões o acórdão contém diálogos em que se conhece apenas a manifestação de um dos interlocutores”, ataca Dirceu. “Muito além da ofensa ao Regimento Interno dessa Corte Suprema a supressão das manifestações dos ministros fere o princípio constitucional da fundamentação das decisões judiciais. Os debates, quando tratam de questões fáticas ou jurídicas do caso em julgamento, integram a fundamentação dos julgadores. Fundamentam a decisão final tanto quanto os votos escritos.”
A defesa do ex-ministro é categórica. “O cancelamento das manifestações dos ministros impede a plena publicidade de todos os fundamentos que sustentaram o acórdão e atenta contra o artigo 93, inciso IX, da Constituição. Requer-se que seja sanada a omissão apontada, publicando-se as transcrições das manifestações dos ministros que foram indevidamente canceladas.” Em outro capítulo dos embargos de declaração, os criminalistas que defendem José Dirceu apontam a “existência de contradição na fixação da pena do crime de formação de quadrilha pela valoração de um único fato em duplicidade”.