O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa quinta-feira que não concorda que exista uma crise institucional entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, cada Poder deve cumprir a sua função. "Não tem crise. Eu fico vendo as notícias e não sei aonde está a crise. Se o Congresso Nacional cumprir a sua função e o Supremo cumprir com a sua função acho que nós ficaremos em paz. O que é importante é cada macaco no seu galho", disse Lula, depois de tomar vacina contra a gripe em um posto de saúde, em São Bernardo do Campo.
O ex-presidente também falou sobre a escolha do candidato do PT a governador de São Paulo. Afirmou que é cedo para definir um nome e tentou embaralha o jogo ao citar até a possibilidade do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que a nunciou na semana passada a sua desistência de concorrer, como possível escolhido. "Não acho que seja definitiva a retirada do nome do Mercadante, acho é muito cedo pra gente definir o quadro."
Lula citou a possibilidade do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ser o candidato. "Obviamente que o trabalho que o Marinho tem feito em São Bernado do Campo o credencia pra ser candidato a qualquer coisa neste país."Ele elogiou o prefeito, um dos seus principais amigos na política, por causa da gestão na saúde, que, segundo o ex-presidente, não é apontada por pesquisas como o principal problema da população de São Bernardo, como acontece em outras cidades do país. "São Bernardo vai ser um das cidades grandes deste país com a melhor rede de saúde pública."
Marinho também foi elogiado por ter feito um amplo leque de alianças na sua candidatura à reeleição no ano passado. Na opinião de Lula, o modelo deve ser seguido na disputa pelo governo estadual. "O Marinho é uma lição aqui pelo seguinte: porque nós perdemos aqui por muito tempo porque juntavam 500 partidos contra nós e o PT saia sozinho." O ex-presidente vê possibilidade de atrair para o bloco petista até o PMDB, que tem o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, como pré-candidato.
"O PT precisa trabalhar a possibilidade de fazer aliança com todas as forças políticas. Temos o PSD do (ex-prefeito Gilberto) Kassab, precisamos conversar com o PTB, precisamos conversar com PRB partido pelo qual o (ex-deputado Celso) Russomanno disputou a prefeitura. Temos que manter aliança com os partidos de esquerda." O ex-presidente criticou o PSDB, que governa o estado desde 1995. "Estou convencido de que ganhar o governo de São Paulo nunca esteve tão próximo do PT como agora. Há uma fadiga de material. Ou seja os tucanos não têm mais o que apresentar. Não tem mais novidade."