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Câmara Municipal de São Paulo permite a volta dos 'supersalários'Salários de cargos na administração federal podem chegar a R$ 24 milPlantão engorda os salários no TREBônus para aposentado é ilegal, diz presidente da Câmara de São PauloDois desses funcionários que agora voltarão a receber vencimentos maiores do que o do prefeito Fernando Haddad (PT) vão analisar se os aposentados podem ganhar gratificação por produtividade, mesmo sem dar expediente. A Mesa Diretora resolveu constituir a comissão, no começo de abril, a pedido do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal (Sindilex), que também tem quatro integrantes nomeados pelos sete vereadores da Mesa para analisar a demanda dos aposentados.
Procurada para explicar como seria possível mensurar a produtividade de funcionários inativos, a vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara (Sindilex), Sônia Alves, disse que “no serviço público você precisa de uma fundamentação para dizer não”. Ela citou que na Receita Federal existe o pagamento da gratificação por produtividade para aposentados. “O grupo ficou de estudar se é possível. Se não for possível, não se paga.” A presidência da Câmara informou apenas que não existe nenhuma decisão tomada sobre o assunto.
Empenho
A gratificação por produtividade e especialização, conhecida pela sigla Gliep, foi criada em 2007 na gestão do ex-presidente da Câmara Antonio Carlos Rodrigues (PR). Os requisitos previstos em lei para que ela seja paga aos funcionários são genéricos, como “empenho no exercício das funções” e “desenvolvimento de liderança e trabalho em grupo”.
O valor do bônus pode variar de R$ 1,5 mil - para funcionários de nível básico - a R$ 5,7 mil - para quem tem curso superior. Além disso, a lei prevê que o benefício seja incorporado ao salário do servidor se ele recebê-lo por cinco anos consecutivos. Ou seja: mesmo um funcionário que deixou de ser produtivo pode continuar a ganhar a benesse.
Como é comum a incorporação dessa e de outras gratificações ao salário ao longo da carreira, vários aposentados hoje já ganham bem acima do teto constitucional previsto para o funcionalismo municipal. Segundo a presidência da Casa, existem atualmente 79 inativos recebendo acima do teto graças a decisões do Tribunal de Justiça. O número é quase o triplo dos 30 funcionários da ativa que estão recebendo supersalários pelo mesmo motivo.
Mais bônus
Outro benefício para funcionários adotado na gestão de José Américo (PT) é o pagamento do 14.º salário para os servidores que recebem o teto do funcionalismo. Esse pagamento extra foi instituído por lei em 2009 e corresponde a aproximadamente R$ 830, pagos a todo funcionário do Legislativo em dezembro, além do 13.º salário.
No ano passado, quem já recebia o valor máximo de R$ 24,1 mil deixou de receber esse benefício. Mas, em ato de fevereiro deste ano, a Câmara determinou o pagamento dessa quantia até para quem ganha o teto e confirmou que esses funcionários também receberão o mesmo valor no final de 2013. A presidência informou que o pagamento já havia sido realizado entre 2009 e 2011 e se trata de verba eventual, ou seja, que está fora do limite estabelecido pela Constituição para os salários.