Jornal Estado de Minas

Acusado de mandar matar três quer ser deputado em Minas

Agência Estado
O ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, pretende se filiar ao PR de Minas para se candidatar a deputado estadual nas próximas eleições e com isso retardar o julgamento no qual é acusado de mandar matar três auditores fiscais do Trabalho e um motorista no município. O crime ocorreu em 2004 e ficou conhecido como Chacina de Unaí.
O delegado do PR em Minas, Rityer Madeira, afirmou que não há nenhuma condenação contra o pré-candidato que o impeça de disputar as eleições pelo partido. "Ele se colocou como pré-candidato e até o julgamento, não temos razões para barrar o nome", afirmou. Um dos maiores produtores de feijão do país, Mânica foi eleito prefeito de Unaí poucos meses após o crime e reeleito em 2008. Chegou a ser preso, mas aguarda ser julgado em liberdade. Caso seja eleito deputado, ganha prerrogativa de foro, o que pode retardar ainda mais o julgamento, e deixa de ir a júri popular.

Em maio de 2011, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o processo sobre a Chacina de Unaí fosse desmembrado. Os nove réus do caso começam a ser julgados a partir de agosto, informou esta semana o Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

O primeiro a sentar no banco dos réus será Rogério Alan Rocha, acusado de atirar, após uma emboscada, nos fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva, e no motorista Aílton Pereira de Oliveira. Com base nas investigações da Polícia Federal (PF), foram indiciados o irmão de Antério, Norberto Mânica, e os empresários Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, além de Humberto Ribeiro dos Santos.