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Estado de Minas

Quase metade dos vereadores de BH já pensam em vaga de deputado em 2014

Nem bem chegaram à Câmara, eles pensam em se candidatar nas eleições do ano que vem a uma vaga de deputado estadual ou federal


postado em 05/05/2013 06:00 / atualizado em 05/05/2013 08:55

Bertha Maakaroun

Quatro meses depois da posse, 18 dos 41 vereadores de Belo Horizonte – 44% – já trabalham pela candidatura a deputado estadual ou deputado federal nas eleições de 2014. Desses, seis estão em primeiro mandato e têm em comum – exceção feita a Gilson Reis (PCdoB), que vem de uma legenda com plataforma ideológica – o fato de pertencerem a partidos controlados por poucos indivíduos, que não têm como um dos principais fins a bandeira programática, mas montar chapas proporcionais “eficientes”, a cada dois anos. Estreiam na Câmara Municipal de Belo Horizonte já calculando voos parlamantares mais altos, além de Gilson Reis, Vilmo Gomes (PTdoB), Marcelo Álvaro Antônio (PRP), delegado Edson Moreira (PTN), Bim da Ambulância (PTN) e Marcelo Aro (PHS).


Vereadores mais experientes, como o presidente da Câmara, Léo Burguês (PSDB), no terceiro mandato; o líder do prefeito, Wagner Messias, o Preto (DEM), no quinto mandato; e o 1º vice-presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN), em seu terceiro mandato, também trabalham para turbinar a carreira política no ano que vem. Caso tenham sucesso eleitoral, anuncia-se uma completa reconfiguração das forças políticas no Legislativo municipal.

Embora não admita abertamente a sua candidatura, Léo Burguês tem recebido convites para concorrer por legendas nanicas, como PTdoB e PRP, que, desde o dia seguinte às eleições, se debruçam sobre a estruturação das chapas do ano que vem. Ele já foi sondado por outros partidos, como o Mobilização Democrática (MD), constituído pela fusão do PPS com o PMN. Há propostas para que ele saia a deputado estadual e federal. É, contudo, a Assembleia Legislativa (ALMG) que Burguês mira neste momento. Quando indagado, desconversa. “Ainda estou avaliando. Vai depender muito da conversa que quero ter com o Aécio e de como poderei contribuir com o seu projeto”, afirma, em referência à provável candidatura ao Planalto do senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Realmente, já no terceiro mandato como vereador, há muita gente cobrando de mim que dispute”, admite, acrescentando que o seu foco hoje é a presidência da Casa.

Também o líder do prefeito, Preto, procura viabilizar a sua candidatura para a Assembleia ou Câmara dos Deputados. “Estou conversando com o meu partido e, se tiver apoio, vou concorrer”, afirma. Os democratas minguam não só no país, como também em Minas. Perderam duas cadeiras na ALMG: a de doutor Viana, nomeado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), e a de Gustavo Valadares, que migrou para o PSD. Tradicionalmente, o DEM se junta ao PSDB e ao PP no chapão. “Nas últimas eleições o último da chapa se elegeu para a Assembleia com 56.945 votos. Se tiver o apoio do partido nas 80 prefeituras conquistadas, poderei chegar lá”, explica Preto.

Mais explícita é a movimentação de Wellington Magalhães, que está no segundo cargo mais alto da Casa. Presidente estadual do PTN, ele tenta atrair candidatos para deixar a chapa mais competitiva: “Se eu não disputar, a minha irmã Arlete Magalhães vai concorrer à Assembleia. Não aceito na chapa nenhum deputado nem pessoas com mais de 20 mil votos”. Com muitos candidatos numa zona de votação mediana – que em seu conjunto somam votos suficientes para conquistar até mais de uma cadeira –, a expectativa com a possibilidade da própria eleição faz com que todos trabalhem mais.

Aquele que conquistar mais votos na chapa do PTN se elegeria deputado estadual, segundo o cálculo otimista de Magalhães, com um mínimo de 25 mil, e para federal, 40 mil. Essa linha de corte representa, em média, a metade do mínimo necessário para que um candidato se eleja em outras legendas. Com esse pensamento, Magalhães vende o sonho a outros recém-eleitos de seu partido. Além da sua própria candidatura, o vereador novato Bim da Ambulância disputará para deputado estadual. Já o delegado Edson Moreira sairá para deputado federal.

Nanicos Com idêntica lógica trabalham outros partidos nanicos. No PTdoB, o presidente nacional da legenda, o deputado federal Luís Tibet – que com a sua inexpressiva legenda no plano nacional arrebanhou no ano passado uma bancada de quatro vereadores em Belo Horizonte –, se movimenta intensamente. Tibet escalou o novato Vilmo Gomes para ajudar na chapa proporcional à ALMG. “Existe o interesse do partido que eu saia. O PTdoB tem hoje apenas um deputado estadual, mas é um partido que tem crescido muito e é boa a projeção para aumentar o número de cadeiras na Assembleia e na bancada mineira federal”, admite Gomes. Se eleito, dará lugar ao primeiro suplente da coligação PTdoB-PP, que é do PTdoB. Dessa forma Tibet mantém o peso político na Casa, que lhe garantiu indicações no primeiro escalão da prefeitura.

Atuando também em “condomínio” com o PRP – comandado em Minas pelo pai dele, Tibelindo Soares Resende –, Tibet ajuda a organizar a chapa “paterna”, que já conta para a Câmara dos Deputados com a candidatura do vereador novato Marcelo Álvaro Antônio (PRP).

Filiado ao PSL, do também profissional montador de chapas Agostinho Neto, o vereador Gunda, em segundo mandato, concorrerá a deputado estadual. Diferentemente de Tibet, que sabe extrair o maior poder político possível de suas chapas, Agostinho Neto alcança feitos eleitorais com a mesma facilidade com que os perde. Depois de eleger dois deputados estaduais em 2010 – doutor Wilson Batista e Hélio Gomes –, ficou sem ambos na primeira investida do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) em Minas Gerais.

Perseguindo os mesmos sonhos, o novato Marcelo Aro (PHS) se antecipou e começou a trabalhar a candidatura a deputado estadual quando ainda estava em campanha para vereador.

 

Com eleitorado garantido

No vácuo político que será aberto com a desistência de concorrer a novos mandatos do deputado federal Mário de Oliveira (PSC), presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular, e do irmão dele e presidente estadual da legenda, deputado estadual Antônio Genaro (PSC), o vereador social-cristão Autair Gomes deverá tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. Obviamente, dependerá de sua igreja. Mas é grande a probabilidade de que Autair, em seu terceiro mandato, se candidate. “É o que estou pretendendo”, admite.

Com o foco na Assembleia, pretensão semelhante tem o vereador Sérgio Fernando (PV). Mas a bancada de seis deputados estaduais, contudo, torna o PV uma legenda pesada para iniciantes. “Estou tentando me viabilizar no partido”, admite Sérgio Fernando, que garante não cogitar deixar a legenda aproveitando a janela legal do novo Mobilização Democrática (MD), primeira parada obrigatória para boa parte da classe política insatisfeita com as condições oferecidas por seus partidos para as eleições de 2014. Também interessado em concorrer, mas cauteloso em assumir, está o vereador Joel Moreira (PTC). “Estou estudando. Se for pelo PTC, existe a hipótese de ser candidato a estadual ou a federal”, considera ele, que inicia o segundo mandato.

Em legendas tradicionais, há ainda vereadores do PT, do PSDB e do PMDB que articulam as suas candidaturas. No PT, Adriano Ventura, Tarcísio Caixeta e Arnaldo Godoy vão disputar vagas na Assembleia Legislativa. Com o mesmo objetivo, no PSDB, o vereador Pablito comporá a chapa proporcional de sua legenda. E no PMDB o único vereador, Iran Barbosa, também se prepara para voltar a pedir votos em 2014.

 


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