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Marco Maia colhe adesões para projeto que barra liminares do STF sobre atos do Congresso'A bola está no chão', diz Calheiros sobre STFGilmar Mendes defende que STF possa suspender projetos em tramitação no CongressoMinistra do STF defende ação para validar direitos não regulamentados pelo CongressoDeputado fará 'desagravo' contra engavetamento de PEC que limita poder do STFEm 2006, os interesses eram outros. Em meio às investigações do mensalão pelas comissões parlamentares de inquérito, o então senador José Jorge (PFL-PE), hoje conselheiro do Tribunal de Contas da União, apresentou proposta para coibir a concessão de liminares isoladamente por ministros do STF. O relator da proposta foi o senador cassado Demóstenes Torres, então no PFL goiano. À época, atos das CPIs, como quebras de sigilo, eram sempre barradas pelo Supremo em decisões liminares tomadas monocraticamente.
Coube ao PT, na ocasião, trabalhar contra a aprovação da proposta. O então senador Aloizio Mercadante (PT-SP), hoje ministro da Educação, apresentou voto contrário na Comissão de Constituição e Justiça. “O Supremo está muito sobrecarregado, o pleno tem mais de 120 mil processos para julgar, as pessoas têm uma expectativa muito grande e a liminar é exatamente o instrumento provisório para, quando há urgência, o ministro poder tomar decisão. (...) E é exatamente por isso que ela é um instrumento indispensável à defesa do cidadão perante o Estado”, disse o petista durante a discussão do projeto.
O projeto de lei do então PFL, partido que viria a ser rebatizado de DEM, estabelecia que liminares contra atos do Congresso, como a concedida na semana passada por Gilmar, só poderiam ser analisadas pelo plenário da Corte. Somente nos períodos de recesso e “nas causas de extrema urgência” o ministro do STF poderia, sozinho, conceder a liminar. Trata-se do mesmo conceito defendido hoje pelo governista Maia e atacado pelos oposicionistas.
Em seu relatório, Demóstenes dizia que a decisão pelo plenário era “garantia de um resultado maduro, sensato e razoável”. Afirmava que a proposta de limitar esse poder do Supremo acabaria “por fortalecer as instituições democráticas e a harmonia entre os poderes constituídos”. A ideia, porém, não prosperou.
A atual inversão de papéis entre governo e oposição é motivada não apenas pela recente decisão de Gilmar contra a tramitação do projeto que limita a criação de partidos. No ano passado, o ministro do STF Luiz Fux impediu o Congresso de votar imediatamente a derrubada dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff à nova sistemática de divisão dos royalties do petróleo.