Jornal Estado de Minas

Irmã de namorada de PC Farias rebate tese de crime passional

Ana Luíza Marcolino disse ainda que teme pela vida da família

Agência Estado
A jornalista Ana Luíza Marcolino, irmã de Suzana Marcolino, namorada de Paulo César Farias encontrada morta ao lado do empresário, rebateu a tese de crime passional e falou em uma "força" para que o caso não seja esclarecido. Nesta segunda-feira, 17 anos depois da morte do casal, começa o julgamento de quatro envolvidos no crime.
PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos na manhã do dia 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, localizada no bairro de Guaxuma, litoral norte de Maceió. As circunstâncias do crime até hoje deixam dúvidas. Para a polícia alagoana, Suzana matou o namorado e depois cometeu suicídio. Esta é a mesma tese do advogado José Fragoso, responsável pela defesa dos quatro policiais levados a júri popular.

“Minha família saiu de Alagoas como se fôssemos os assassinos”, disse Ana Luíza Marcolino, em entrevista a uma emissora de TV local. Para a jornalista, a irmã seria incapaz de matar alguém e se suicidar. “O que se sente nessa história é que há uma força muito grande - que eu não sei de onde vem, mas eu sei que é do mal - para que nada seja esclarecido”, defende ela. “Mas na Justiça alagoana tem gente séria e sabe que não foi por aí”, completou.

Ana Luíza Marcolino disse ainda que teme pela vida da família. “É lógico que tenho medo. Não sei com quem eu estou tratando, não sei quem fez essa devassa na minha família”, ressaltou. “Infelizmente, não posso acusar ninguém porque não sei quem foi (que matou o casal)”.

Collor


Paulo César Farias foi o tesoureiro de campanha do então candidato Fernando Collor à Presidência da República. Em novembro de 1993, PC Farias - que teve a prisão preventiva decretada por crime de sonegação fiscal -, foi preso na Tailândia, para onde fugira, e transferido para o Brasil. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos de prisão, o empresário acabaria cumprindo parte da pena no quartel do Corpo de Bombeiros de Maceió, até ganhar a liberdade condicional. O duplo assassinato ocorreria seis meses após o empresário sair da prisão.