A presença do sobrenome do prefeito entre os ocupantes de cargos no primeiro escalão da administração municipal é uma situação que se repete em várias cidades do Norte de Minas, incluindo a maior delas, Montes Claros, onde o prefeito Ruy Muniz (PRB) nomeou a mulher, Tânia Raquel Queiróz Muniz, como chefe de gabinete, e um irmão, Carlos Muniz, como secretário de Cultura, Esportes e Lazer. As nomeações são criticadas pela oposição. O vereador Eduardo Madureira (PT) salienta que existem algumas decisões judiciais que proíbem nomeações de familiares dos prefeitos. “Por isso, vamos questionar o assunto com o Ministério Público”, afirma Madureira.
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Cargo público como herança em prefeitura do Norte de MinasPrefeitos mineiros aproveitam brechas da legislação e nomeiam parentesPrefeito de Formiga veta lei antinepotismoPF desarticula quadrilha por desvio de recursos em Minas e outros 10 estadosMinistério Público alerta promotorias para conter nepotismo em MinasA nomeação de familiares do chefe do Executivo para o primeiro escalão da administração municipal ocorreu também em Manga, a 711 quilômetros de Belo Horizonte. O prefeito da cidade, Anastácio Guedes (PT), emplacou três parentes na sua equipe de governo. O cunhado dele, Jercílio Vieira Lima, assumiu a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar; a cunhada Giselda Vieira Lima virou titular da pasta municipal de Assistência Social; e o sobrinho Diogo Saraiva Moreira foi nomeado secretário municipal de Administração, Planejamento e Finanças. Ouvido ontem à tarde, Anastácio Guedes, que é irmão do deputado estadual Paulo Guedes (PT), foi de pouca conversa. “Cunhado não é parente”, afirmou. Depois, emendou: “Como prefeito eu nomeio quem eu quero. Tenho que escolher pessoas da minha confiança. E as pessoas que escolhi estão fazendo um bom trabalho. Tanto é que já mudamos a cara da cidade”.