Leia Mais
Deputado fará 'desagravo' contra engavetamento de PEC que limita poder do STFMinistro Toffoli ainda não tem decisão sobre PEC 33Presidente da Câmara envia esclarecimentos ao STF sobre PEC 33Presidente da CCJ diz que trâmite da PEC 33 é válidoA promessa de Henrique Alves faz parte de seu esforço para distensionar a relação com o Judiciário. Ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão empenhados em destrancar a tramitação do projeto de lei que dificulta a criação de partidos. Na manhã de ontem, eles fizeram a segunda visita em oito dias ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que interrompeu o andamento da proposta no Congresso por meio de liminar, no mesmo dia em que a CCJ aprovou a admissibilidade da PEC 33. Após a reunião, Alves e Calheiros informaram que o magistrado se comprometeu a pedir a inclusão do mandado de segurança que resultou na liminar na pauta de julgamento do plenário do STF assim que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, emitir parecer sobre o assunto.
A tramitação está suspensa desde 24 de abril, data da chegada do projeto à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Segundo Calheiros, a intenção é votá-lo rapidamente. O assunto é considerado urgente pelos presidentes das duas casas legislativas. Ante o apelo, Gilmar prometeu rapidez. “Já estou preparando meu voto. É um tema importante”, frisou, alertando que o projeto contraria “radicalmente” uma decisão do Supremo de junho do ano passado, quando a Corte confirmou o direito a um tempo de tevê maior para o PSD.
Alves e Calheiros deixaram a reunião falando em diálogo com o Judiciário e independência dos poderes. “Conversar não arranca pedaço. O que está havendo é o embate democrático, legítimo. É o esplendor da democracia, as instituições estão modelando o seu papel”, disse o presidente do Senado. O senador afirmou ainda que “essa não é uma decisão de Copa do Mundo, não tem que haver um vencedor”. No entanto, finalizou a entrevista afirmando que a “interrupção da tramitação de um projeto legislativo é algo com o qual não vamos concordar jamais”. A proposta alvo da polêmica impede os parlamentares de levarem consigo uma fatia do tempo de tevê e dos recursos do Fundo Partidário ao migrarem para uma nova legenda.
Na liminar, Gilmar Mendes disse que houve “extrema velocidade” na tramitação da proposta e “aparente tentativa casuística de alterar as regras para criação de partidos na corrente legislatura, em prejuízo de minorias políticas”. O texto cuja tramitação foi suspensa atrapalha os planos do Rede Sustentabilidade, capitaneado por Marina Silva, e a fusão do PPS com o PMN, criando a Mobilização Democrática (MD). (Com agências)