A votação do polêmico projeto que trata sobre a "cura gay" foi adiada para a próxima semana. Segundo o relator da proposta e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Minoria (CDHM) da Câmara Federal, Anderson Ferreira (PR), a decisão de postergar a análise da matéria atende um pedido do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB).
"Hoje (8) será um dia de muitas manifestações em Brasília e o presidente disse que não tinha como garantir a segurança da reunião da comissão em caso de um eventual protesto da comunidade LGBT durante a votação", explicou Anderson Ferreira. As últimas reuniões da CDHM contaram com a presença de manifestantes.
O projeto de "cura gay", de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), derruba a determinação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) contra tratamentos pela cura da homossexualidade. Em seu parecer em defesa da proposta, Anderson Ferreira aponta que o texto “constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas à sua própria vida”.
Que tipo de psicologia é essa que tenta impedir que o cidadão seja tratado? Entendo que se trata de meia dúzia de psicólogos que estão a serviço de ativistas gays querendo restringir um direito mediante uma resolução", afirmou Ferreira em entrevista ao Diario. Segundo o parlamentar, o projeto é uma usurpação da competência do Legislativo, com um abuso do poder regulamentar com graves implicações no plano jurídico-constitucional.
"Se por um acaso um homossexual tiver sido abusado na infância e isso tenha gerado uma aversão ao sexo oposto, ou simplesmente for um adolescente cheio de conflitos, não poderá ser tratado porque o Conselho de Psicologia tem uma filosofia de que não é para tratar? É infundado", criticou o pernambucano.
Depois da apreciação e votação na Comissão de Direitos Humanos, o projeto da "cura gay" ainda será analisado na Comissão de Seguridade Social e Família e na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.