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Após série de protestos, Dilma Rousseff ordena intervenção na FunaiFunai retira invasores de terras indígenasDeputado gaúcho pretende criar CPI da FunaiPuccinelli culpa Funai por impasse com índios no MSParlamentares do agronegócio querem suspender demarcação de terras indígenasRuralistas querem aumentar pressão por CPI da FunaiPresidente da Câmara diz que CPI da Funai só deve ser instalada em último casoDeputados apresentam requerimento para criação de CPI da Funai e do Incra“Se estamos propondo um procedimento no qual outros órgãos e o Estado brasileiro possam ter interferência nos estudos e qualificá-los, temos que ter informações sobre a presença de indígenas, quando eles estiveram ali, por quanto tempo e a produtividade (do terreno). Temos que ter informações qualificadas para a tomada de decisões”, declarou Gleisi. Ela ainda reconheceu as falhas do governo para fixar os limites atualmente. “Delegamos única e exclusivamente à Funai a responsabilidade por estudos e demarcação de terras. Nem sempre estabelecemos procedimentos claros e objetivos dentro desse processo”, afirmou.
Durante a audiência, houve momentos tensos. A ministra subiu o tom ao ser questionada pelo deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), presidente interino da Frente Parlamentar da Agropecuária, se o governo federal realmente se preocupava com a agricultura – antes da audiência, manifestantes ligados ao setor do agronegócio fizeram um protesto em frente ao Congresso, criticando a Funai. “Não admito que o senhor questione a seriedade do governo. Não admito que questionem qual a importância da agricultura para o governo. A importância é enorme. Não viemos para o embate entre governo e agricultura”, ressaltou.
Segundo a ministra, os critérios vão ficar mais claros a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos recursos relativos à reserva Raposa do Sol, em Roraima. “Tenho certeza de que o Supremo, órgão responsável por essa decisão, não deixará a nação por muito mais tempo sem a orientação devida, explicitando à sociedade e ao governo o caminho a seguir”, disse.
Em março de 2009, o STF julgou o processo de demarcação e criou diretrizes para nortear outros casos envolvendo a delimitação de territórios indígenas. Essas normas motivaram a emissão de uma portaria da Advocacia Geral da União (AGU), que acabou suspensa até a palavra final da Suprema Corte.
Presidente fica Em meio à tensão entre o Planalto e a Funai, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, negou que o governo tenha a intenção de afastar a presidente da fundação, Marta Maria de Azevedo. “Nós vamos trabalhar, a presidente da Funai está muito empenhada com isto. Não é verdade que a Marta vá ser demitida, não procede, nós seguiremos trabalhando”, afirmou Carvalho. A presidente da Funai está na berlinda desde a semana passada, quando Dilma foi vaiada em Campo Grande por produtores rurais que protestavam contra os critérios do órgão para delimitar áreas destinadas a reservas indígenas. Na terça-feira, o Planalto fez a primeira intervenção na fundação, ao paralisar o processo de demarcação de terras no Paraná. O movimento agradou a ala ruralista do Congresso.
Por outro lado, Carvalho acenou na direção dos índios ao expor o posicionamento contrário do governo em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a responsabilidade sobre a demarcação de terras indígenas. “Há outras formas de ampliar esse diálogo”, disse o ministro. Em 16 de abril, centenas de índios invadiram o plenário da Câmara em protesto contra a tramitação da PEC.
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Bolsa-Família
O Senado aprovou nessa quarta-feira a medida provisória que estende os benefícios do programa Bolsa-Família, do governo federal, para famílias com renda de R$ 70 por pessoa – mesmo para aquelas que não têm crianças ou adolescentes. A MP perderia validade hoje se não fosse aprovada pelos congressistas. Agora, segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. Segundo o governo, o benefício alcançará mais 4,8 milhões de famílias a um custo adicional de R$ 4,9 bilhões ao ano no programa, que tem orçamento de R$ 23 bilhões para este ano. Relatora do texto no Congresso, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) fez uma alteração no texto original do governo que prevê acesso, para adolescentes de 14 a 17 anos, a programas e cursos de educação e qualificação profissionais.
Embate à vista
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), patrocina um novo embate com o Judiciário. Nessa quarta-feira, ele colocou na pauta da Casa um projeto que suspende a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que redefiniu as bancadas das câmaras dos Deputados e Distrital e das assembleias legislativas com base em dados do censo populacional. A nova proposta entrou em pauta um dia depois de Calheiros se reunir – pela segunda vez – com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, para discutir a liminar que suspendeu a tramitação do projeto sobre novos partidos. Depois do encontro, Calheiros afirmou que o Congresso não aceitará o controle prévio de constitucionalidade dos processos em tramitação na Casa. Sem acordo entre as lideranças, a Casa aprovou um pedido de urgência que levou o projeto de decreto legislativo, de autoria do senador carioca Eduardo Lopes (PRB), direto para o plenário.