Jornal Estado de Minas

Cid Gomes diz que apoiadores da candidatura de Eduardo Campos "não são sinceros"

Diário de Pernambuco
Mais uma vez, os irmãos Gomes centraram fogo contra o projeto nacional do governador pernambucano e correligionário Eduardo Campos. Nessa quarta-feira, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse que interesses "não legítimos” e "não sinceros” estão incentivando uma possível candidatura presidencial de Campos em 2014. “Estão dando corda para ver o circo pegar fogo”, disse Cid. “Qualquer pessoa que milite no plano da oposição quer dividir a força dominante”, completou.
Cid contestou o “poder de fogo” do presidente nacional do seu partido, argumentando que Eduardo não tem força e nem estrutura para montar um palanque nacional. “A única moeda de troca que ele (Eduardo) tem para oferecer em uma aliança é dar o governo de Pernambuco”, afirmou. De fato, na sucessão de Eduardo ao governo do estado, pelo menos no campo governista, está sendo levada em consideração possíveis acordos nacionais, a exemplo de alianças com o PDT ou PTB.

O irmão do ex-ministro Ciro Gomes também alfinetou os aliados do governador pernambucano, que está realizando uma série de viagens pelo país. Cid destacou que muitos destes encontros não renderão alianças. “Ele (Eduardo) se coloca como candidato. E quantos desses aí irão ficar com ele? Eu já vi esse filme muitas vezes”, disse o governador, em palestra no Instituto Fernand Braudel, em São Paulo.

O governador do Ceará entende que a candidatura própria pode atrapalhar o partido na tentativa de manter os seis estados que atualmente governa. “Com uma candidatura própria do partido, vamos ter dificuldade de formar os palanques estaduais”, disse.

Apesar de todas as críticas, Cid negou a possibilidade deixar o PSB, como vem sendo especulado por analistas. Ele defendeu a manutenção da aliança nacional com o PT e o apoio ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Cid foi convidado para ingressar no PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, mas anunciou o fim da carreira pública. “Vou suspender a minha carreira política.”