A tese de Badan foi defendida por três outros peritos ouvidos anteriormente. A perita Anita Buarque de Gusmão - primeira profissional da polícia alagoana a entrar no quarto onde estavam os corpos de PC Farias e Suzana - revelou que foram encontrados vestígios de pólvora na mão de Suzana, o que indicaria que ela teria matado o namorado e depois se suicidado.
Nivaldo Cantuária, que também integrava a equipe de Anita, afirmou que o exame residuográfico deu positivo para as mãos de Suzana e negativo para as mãos do ex-tesoureiro de Collor. Além deles, prestaram esclarecimentos os médicos legistas José Lopes da Silva Filho e Gerson Odilon, responsáveis pelos exames cadavéricos nos corpos.
Réus
O julgamento entra nesta quinta-feira em seu quarto dia - e provavelmente o último - com o depoimento dos réus. O quatro faziam a segurança da casa de praia de PC Farias no litoral norte da cidade de Maceió na noite das mortes. Em situações anteriores, os seguranças disseram não terem ouvido os tiros disparados dentro da casa.
Nesta terça-feira, 7, o ex-deputado Augusto Farias, irmão de PC, prestou depoimento e defedeu os acusados. Augusto é responsável pelo pagamento dos advogados dos quatro. Ele já chegou a ser indiciado sob suspeita de ser o mandante do crime, mas seu caso foi arquivado por falta de provas pelo Supremo Tribunal Federal - à época ele era deputado tinha foro privilegiado. Nesta quinta, após o depoimento dos quatro réus, o juiz Maurício Brêda, que preside o Tribunal de Júri, abrirá espaços para as alegações finais da defesa e acusação. O terceiro dia de julgamento foi aberto às 8h desta quarta-feira, com o depoimento de Zélia Maria Maciel de Souza, prima de Suzana Marcolino. Ela confirmou que dias antes de morrer ao lado do namorado Paulo César Farias, Suzana comprou um revólver - o mesmo que teria sido utilizado no crime - e praticou tiro ao alvo em um sitio localizado próximo à sua residência, localizada na periferia de Maceió. Bastante nervosa, Zélia Maria Maciel revelou que intermediou a compra do revólver para Suzana, com a empresária Mônica Aparecida Calheiros, que já havia confirmado a venda, por R$ 350, no depoimento prestado na terça-feira 7. “Suzana alegou que queria a arma para se defender, por morava num lugar esquisito e costumava chegar tarde da noite em casa”, disse a prima.