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'Padrinho' de Ustra saberia destino de desaparecidos durante a ditaduraEx-comandante do DOI-Codi Ustra ganha habeas corpus para ficar caladoIntegrantes da Comissão da Verdade não souberam enfrentar Ustra, dizem militantesPresidente da Comissão da Verdade do RJ diz que tortura é crime desde a década de 40Ustra diz que militares lutavam pela democracia e cita atuação de Dilma em "grupos terroristas""Fui um dos torturados pelo coronel Ustra", diz presidente da Comissão da Verdade de SPAntes das perguntas, Ustra fez um depoimento inicial em que defendeu sua atuação no período militar. "Estávamos cientes de que estávamos lutando para preservar a democracia. Lutávamos contra o comunismo. Se não fosse a nossa luta, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o paredão", afirmou. "Hoje não existiria democracia nesse País", completou.
O coronel comandou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2º Exército em São Paulo, entre 1970 e 1974. O nome dele é um dos mais citados em denúncias de violações de direitos humanos no período. "Quem tem que estar aqui é o Exército, não eu", disse em tom exaltado.
"Eu não vou me entregar. Eu lutei, lutei e lutei. Tudo que eu tenho a declarar está no meu livro", afirmou ao final da sua fala. Ustra obteve decisão liminar na Justiça para não responder às perguntas, mas tem respondido parte das questões.
Perguntado sobre um caso de estupro nas dependências do DOI-Codi Ustra reagiu com irritação. "Nunca, nunca, nunca ninguém foi estuprado dentro daquele órgão. Digo isso em nome de Deus. É verdade o que estou falando."
Ustra também negou a ocorrência de mortes no DOI-Codi durante o seu comando. "Sempre admitimos que houve mortos . No meu comando ninguém foi morto dentro do DOI. Todos foram mortos em combate. Dentro do DOI, nenhum."