O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta sexta-feira que não há "democracia no mundo que funcione com 30 partidos" e criticou o sistema político brasileiro. "O modelo político brasileiro é muito ruim, está piorando", afirmou o tucano ao explicar suas declarações dadas essa semana, em um evento sobre transparência, de que faltaria guilhotina no País "para contar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro".
Com o chefe da Casa Civil de seu governo, Edson Aparecido, citado na Operação Fratelli, que apura um esquema de fraudes em contratos de asfalto, Alckmin defendeu maior transparência de governo e afirmou que o que "estimula a atividade delituosa é a impunidade".
"Falei de forma geral. O sistema político brasileiro está errado. Tem casos de enriquecimento nítido, o sujeito entra na política e fica milionário", afirmou Alckmin.
Convidado para participar do 22º congresso de dirigentes de Santas Casas e hospitais beneficentes do Estado, Alckmin anunciou a liberação de recursos, uma linha de crédito para amenizar a dívida de quase R$ 15 bilhões das instituições com os bancos e aproveitou para atacar o governo federal. "A dívida das Santas Casas é resultado de atender o SUS (Sistema Único de Saúde). A tabela é muito baixa. A cada procedimento se acumula um déficit", afirmou Alckmin.
O governador tucano afirmou que essa é uma questão política. "Não caiu a ficha ainda que o Brasil não é mais um país jovem, o Brasil é um país maduro caminhando para ser um país idoso. E isso é óbvio que aumenta os gastos com a Saúde. Então precisa o financiamento da Saúde ser prioridade", disse.