O PNE estabelece 10 diretrizes e 20 metas para serem cumpridas dentro de dez anos. A leitura do parecer de Pimentel deve ocorrer amanhã, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas a mudança nos termos e suas implicações já são contestadas por entidades ligadas à educação.“Da forma como está, o parecer fragiliza a concepção de que a educação pública é o caminho para o desenvolvimento do País”, criticou o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu.
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Senado diz que STF não pode alterar dedução de imposto para educaçãoGarantido vínculo dos royalties à educaçãoSenadores criticam proposta do governo de usar royalties do petóleo na educaçãoO coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, critica a medida. “A meta intermediária era um objetivo para o governo Dilma Rousseff, e a sua eliminação a isentou da responsabilidade”, afirmou o coordenador-geral.“A gente considera o ProUni e o Pronatec (programas de bolsas para os ensinos técnico, profissionalizante e superior) políticas transitórias. Dinheiro público deve ser investido em educação pública”, disse Cara.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com Pimentel na sexta-feira, mas, em outras ocasiões, ele havia dito que o texto da Câmara sobre o PNE “inviabilizava o ProUni e o Ciência sem Fronteiras”. Se em 2011 o investimento público em educação já considerasse como despesa das bolsas do CsF e o financiamento estudantil do Fies, o porcentual investido - que foi de 5,3% - passaria para 6,1%.
Tentativa anterior
No ano passado, o deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR) tentou uma manobra contábil semelhante enquanto relatava o PNE na Câmara, mas a pressão de entidades e sindicatos o fez recuar. Nos bastidores, o Palácio do Planalto atuou contra os 10% do PIB - o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a dizer que o PNE ia “quebrar” o Estado brasileiro. Depois, o governo mudou de estratégia e optou por aderir à campanha, ressaltando que é preciso garantir a fonte de financiamento.