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Estado de Minas

Fim da escravidão promove festa na rua

Vestida de branco, a princesa regente, Isabel, assina a Lei Áurea e põe fim à servidão dos negros no Brasil


postado em 14/05/2013 06:00 / atualizado em 14/05/2013 07:25

A mais curta, importante e festejada lei brasileira entrou em vigor ontem. Com 17 palavras organizadas em apenas dois artigos, a Coroa determina o fim da escravidão no Brasil. Depois de três séculos e meio de cativeiro, os negros podem comemorar a tão sonhada liberdade. Com um vestido branco-pérola, a princesa regente, Isabel, assinou o decreto no Paço Imperial, centro do Rio de Janeiro, onde cerca de 10 mil pessoas festejaram o ato.

Defensor fervoroso da causa, o jornalista José do Patrocínio ajoelhou-se e beijou as mãos da princesa, seguido por outros membros da Confederação Abolicionista. Isabel declarou que seria “um dos mais belos dias de sua vida” não fosse o fato de o pai, D. Pedro II, estar doente. Há quase 11 meses, o monarca passou o poder à filha e seguiu para a Europa, onde se submete a tratamento médico.

Nas ruas, estandartes abolicionistas lembraram a luta histórica dos negros que resistiram à escravidão, uma saga marcada por rebeliões, fugas e pela ajuda de muitos que lutaram em favor da causa da liberdade. Muitos heróis foram homenageados: de Zumbi— que liderou o maior dos quilombos brasileiros, ainda no período colonial — a negros anônimos que acionaram com sucesso, nos últimos anos, a Justiça para reivindicar suas alforrias.

Depois de assinar o decreto, batizado de Lei Áurea, que levou o número 3.353, a princesa Isabel travou uma rápida conversa com o barão de Cotegipe, um dos mais ferrenhos opositores da abolição. Ao senador demitido por ela do cargo de presidente do Conselho de Ministros, Isabel teria perguntado o que ele achava do gesto do governo de sancionar a lei. O aristocrata sentenciou: “Redimiste, sim, Alteza, uma raça; mas perdeste vosso trono.”


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