Jornal Estado de Minas

Governo deve recuar em partes polêmicas da MP dos Portos

Agência Estado
Pivô do entrave em torno da votação da MP dos Portos, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi convocado no final da tarde dessa segunda-feira para uma reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Ao retornar do encontro, Cunha se limitou a dizer que apenas trataram de questões "técnicas". Em seguida, ele se reuniu com integrantes da bancada do PMDB para apresentar os pontos em que o governo teria aceito negociar. Além do peemedebista, também participaram da reunião integrantes do PSC e do DEM.

Entre os trechos que o governo teria sinalizado que cederá está o que trata das Docas estaduais, que devem permanecer sob o comando dos governadores. Essa era uma das reivindicações do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que não queria perder o gerenciamento do Porto de Suape. Segundo o Broadcast apurou, Cunha também informou aos deputados que o governo aceitou que os contratos feitos depois de 1993 poderão ser prorrogados pelo período igual ao dos contratos. Um dos pontos que não avançaram foi o que trata dos trabalhadores dos portos. Depois da reunião com os deputados, encerrada às 22h30, Cunha ainda iria voltar a se reunir com Michel Temer para os últimos acertos para a votação desta terça-feira, 14, pela manhã.

As discussões no Jaburu não contaram com a presença da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Na mesma hora, ela se reunia com líderes da base aliada na Câmara para tentar chegar a um acordo em relação à proposta. "Ali foi discutido apenas abobrinhas. A ministra jogou para a plateia para dizer que ainda estava participando das negociações, mas não está", disse um deputado da base aliada após o encontro de segunda-feira, 13, à noite, que não quis se identificar.

A votação da MP está prevista para ocorrer nesta manhã após ser adiada por duas vezes. Depois de passar pela Câmara, a matéria ainda precisa ser votada no Senado até a quinta-feira, 16, quando a MP perde o prazo de validade.