Com um protesto inusitado, no meio da votação da Medida Provisória dos Portos, o deputado federal Toninho Pinheiro (PP-MG) fez sua faixa de protesto contra a falta de investimentos em saúde ganhar os noticiários pelo país. Não é a primeira vez que o parlamentar mineiro consegue virar os holofotes para ele no meio de grandes eventos. Desde os tempos em que era prefeito de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e participava como espectador nos congressos mineiros municipalistas, seu jeito simples de se manifestar atraía a atenção. Retirado do plenário por seguranças na noite da última terça-feira (14), Toninho Pinheiro reclama dos machucados, mas acredita que o objetivo foi cumprido: “Fui ouvido”.
O dia seguinte ao protesto foi mais calmo e com menos repressão. O parlamentar viajou para reuniões políticas em Ibirité, que já governou e hoje tem o filho Pinheirinho na chefia do Executivo municipal. Toninho Pinheiro aproveitou para explicar a causa. “Até os planos particulares não conseguem atender direito e o governo federal investe muito pouco em saúde. Sou membro da Comissão de Financiamento Público em Saúde e observo tantas filas intermináveis. Peguei esse dado e fui lá, aproveitei que estava cheio para reclamar”, afirmou.
Royalties
Aproveitar os flashes de modo inusitado para levantar sua voz parece ser uma característica do parlamentar, que apesar de ser criticado por uns, consegue a admiração de outros. Outra aparição que fez Toninho Pinheiro famoso no Congresso foi durante a votação do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à redistribuição dos royalties do petróleo. Segurando uma plaquinha pedindo o repasse da verba para todos, na sessão conjunta presidida pelo senador Renan Calheiros (PMDB), Toninho elogiou a condução dos trabalhos e emendou: “Deixe-me, agora, fazer uma afirmação aqui, uma afirmação cristã: as águas da natureza são de Deus. O petróleo da natureza também é de Deus. Então, temos de votar isso, porque o petróleo tem de ser para todos. Se um só quiser mamar, que vá mamar na gata. O petróleo tem de ser para todo o povo brasileiro”, arrancando aplausos dos colegas.
Em reuniões promovidas pela Associação Mineira de Municípios, não era raro que as participações do então prefeito Toninho Pinheiro virassem notícia. No meio de palestras e sempre com a presença da imprensa, ele aproveitava para fazer seus protestos. “Na época era a questão de mais recursos para as cidades pobres. Sempre batalhei que tem que priorizar essas cidades, não é mandar dinheiro para o maior poder político, como Betim e Contagem, tem que mandar é para cidades pobres como Ibirité e Ribeirão das Neves. Nova Lima já está cheia de dinheiro, não tem que colocar mais”, recordou.