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Oposição pede CPI para apurar governador do AcrePolícia Federal intercepta Tião Viana avisando suspeito sobre crédito 'sem amarras'Ex-deputado Narciso Mendes seria o 'Senhor X' de 1997Diálogos gravados pela PF sugerem que a contratação da CIC foi tratada diretamente com o governador e o secretário de Obras, Wolvenar Camargo - também preso na operação -, antes mesmo da abertura da licitação. “Interceptações revelam que a licitação possivelmente foi direcionada para a empresa CIC Construções, tendo em vista que a referida já estava executando obras no Huerb”, relata o inquérito. A CIC já executava serviços no Huerb em 2011, quando Narciso vinha sendo monitorado nos grampos da G7. A empresa foi contratada em março de 2010 para a reforma e ampliação do hospital - um contrato no valor de R$ 5 milhões.
Nas conversas gravadas entre setembro e outubro de 2011 pela PF, o empresário demonstra estar preocupado com o andamento da obra no hospital. No dia 30 de setembro Narciso fala com um homem não identificado e menciona encontro que teria com o governador. “Tô aqui no gabinete do governador pra tentar falar com ele aqui pra resolver o negócio aí do pronto-socorro.”
Viana não foi alvo das investigações, mas, segundo o inquérito, um dos momentos que o poder público local foi “leniente” com o suposto cartel é um diálogo captado no dia 1º outubro de 2011 em que Narciso cita uma reunião com o governador. Após o suposto encontro, o investigado liga para o pai, o ex-deputado Narciso Mendes, e afirma que o governador mandou fazer “uma reserva de recursos” para que a obra do hospital não parasse.
Antes, Narciso conversou com um homem não identificado sobre a mesma reunião e afirma que ouviu do governador referência às obras da UTI no Huerb. A concorrência 173/2011, para reformas no Centro Cirúrgico e UTI, só foi publicada no dia 14 de outubro.
O secretário de Comunicação do Acre, Leonildo Rosas, informou que o governador nunca recebeu qualquer empresário para tratar de contratos ou licitação e que sempre agiu dentro da legalidade. O secretário-adjunto de Obras, Leonardo Freire, informou que por determinação do governador será aberta uma sindicância para irregularidades na contratação da CIC.
O advogado de Narciso, Emilson Brasil,disse que seu cliente é inocente e que se houve direcionamento das concorrências os responsáveis pelas licitações deveriam estar presos.