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Flagrantes de sono e trabalho na madrugada, durante votação da MP dos PortosAprovada, MP dos Portos segue para sanção presidencialApós ampla discussão, Senado também aprova MP dos Portos Senado vai formalizar na próxima semana prazo mínimo para apreciar medidas provisóriasDilma confirma ida à inauguração do Estádio de BrasíliaMP dos Portos é aprovada e governo pode vetar 5 artigos“O cumprimento da obrigação constitucional de ter que avaliar no mesmo dia uma MP, embora já votada em comissão mista, é menor do que toda matéria que está tramitando a oposição entra com controle preventivo da constitucionalidade no STF. O fortalecimento institucional do Brasil é incompatível com isso”, reclamou.
Quem também recebeu ligação da presidenta Dilma Rousseff foi o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele foi relator da MP na comissão especial que analisou o texto antes de ele seguir para a Câmara. Apesar de os deputados terem modificado seu relatório, Braga defendeu que a presidenta não vete o texto final aprovado.
“Eu acho que a presidenta tem obviamente a competência constitucional do veto, mas eu acabei de receber uma ligação da presidenta em que ela parabeniza o Congresso Nacional para uma vitoria importante para o país. Agora, ela vai ter a oportunidade de avaliar exatamente o que saiu da Câmara e do Senado, mas eu tenho esperança de que ela vai sancionar exatamente este texto”, disse Braga.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) também divulgou nota comemorando a aprovação da medida provisória. A nota diz que o agronegócio responde por 40% das exportações do país e tem sido o setor mais penalizado pelo esgotamento da capacidade dos portos brasileiros. Ao sair da votação, a presidenta da CNA, senadora Kátia Abreu, disse que o problema atual de sobrecarga dos terminais poderia se transformar em um apagão nos próximos anos se a matéria não tivesse sido aprovada.
“Não adianta nós termos ferrovias, hidrovias ou ferrovias se nós não tivermos o mais importante que são os portos”, disse a senadora. “Se nós não dobrarmos a nossa capacidade em seis ou sete anos, aí sim nós teremos um apagão definitivo”.
A oposição, no entanto, promete não dar tréguas. Além do mandato de segurança que foi protocolado esta tarde pelos líderes dos três principais partidos oposicionistas, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) promete questionar o mérito da MP no Supremo Tribunal Federal. “Nós devemos entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade, porque no mérito a MP também é inconstitucional”, disse.
Na avaliação de Randolfe, a sessão dessa quinta-feira foi repleta de erros regimentais e não respeitou a liberdade de divergência da oposição. “Foi pior que tratoraço, porque tratoraço é quando a maioria passa por cima da minoria. Foi um ataque ao Senado Federal, que foi reduzido à condição de uma Casa meramente revisora”, disse o senador socialista.
A MP dos Portos altera o marco regulatório do setor abrindo espaço para a criação de portos privados que poderão operar cargas de terceiros – atualmente os terminais privados só podem movimentar cargas próprias. Além disso, os terminais privados poderão contratar os trabalhadores diretamente, sem precisar recorrer aos órgãos gestores de Mão de Obra (Ogmos). A contratação por meio dos Ogmos é uma obrigação em todos os portos públicos.