Um dos grandes vencedores da semana passada, na avaliação de aliados próximos da presidente Dilma, foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele prometeu votar a MP dos Portos no dia em que ela chegasse à Casa e cumpriu o prometido. Parecia até história de conto de fadas. “Tínhamos o vilão (Eduardo Cunha) e uma mocinha em perigo (ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, principal articuladora da MP no Congresso). Quando tudo parecia perdido, surge o herói Renan e garante um final feliz”, brincou um assessor governista.
No desenrolar das negociações para aprovação da medida provisória, o PMDB conseguiu que a presidente cedesse em alguns pontos do relatório final. Além disso, deixou bem encaminhada a aprovação do orçamento impositivo, promessa de campanha dos presidentes Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do próprio Renan. Os peemedebistas defendem o modelo para evitar que os congressistas fiquem reféns do contingenciamento das emendas parlamentares, embora a vitória tenha sido conseguida na mesma semana em que o Planalto prometeu liberar R$ 1 bilhão em emendas para garantir a aprovação da MP.
O PMDB ainda emplacou o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) na relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Essa indicação foi um acordo firmado com o PT, não tem nada a ver com a votação da medida provisória”, desconversou o líder petista na Câmara, José Guimarães (CE).
Para um petista que ajudou a costurar a aliança com os peemedebistas na Câmara, o governo e o PT têm uma dívida de gratidão com o principal aliado no governo. “O PMDB deu à presidente Dilma Rousseff um tempo de televisão essencial para a vitória em 2010. Eles pedem até menos do que poderiam pedir”, minimizou o parlamentar do PT.