Balanço inédito do trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV) será divulgado nesta terça-feira, em Brasília (DF), marcando um ano de atividades da comissão. Até agora, 268 pessoas foram ouvidas, sendo que 94 depuseram de forma reservada. Entidades de direitos humanos têm criticado a postura discreta dos sete membros efetivos, e uma das reivindicações das comissões estaduais de Memória, Verdade e Justiça, reunidas em São Paulo no fim de abril foi justamente para que se permitisse haver mais publicidade sobre as investigações. A primeira tomada pública de depoimentos de agentes da repressão aconteceu no dia 10, quando foram ouvidos Marival Chaves e Carlos Brilhante Ustra. A nova coordenadora da CNV, Rosa Maria Cardoso prometeu recentemente dar publicidade cada vez mais às investigações promovidas pela comissão.
AUDIÊNCIA A Comissão de Direitos Humanos do Senado vai realizar, na quarta-feira, uma audiência pública sobre o recém-descoberto Relatório Figueiredo e a situação atual dos indígenas no país. Documento importante produzido pelo Ministério do Interior sobre a violação de direitos humanos de índios nas décadas de 1940, 1950 e 1960, o relatório teve sua descoberta noticiada com exclusividade pelo Estado de Minas, em série de reportagens publicadas ente os dias 19 e 28 de abril. A Comissão da Verdade, que recebeu recentemente a íntegra das mais de 7 mil páginas encontradas, será representada pela psicanalista Maria Rita Kehl, membro responsável pelo núcleo de lutas pela terra da CNV. O pesquisador Marcelo Zelic, do Tortura Nunca Mais de São Paulo, o Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e o Estado de Minas também foram convidados. A audiência foi convocada pelo senador Raldolfe Rodrigues (PSOL).