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Estado de Minas

Polícia Federal vai investigar boatos sobre suspensão do Bolsa-Família

Ministro da Justiça quer saber de onde partiu informação. Beneficiários correram às agências no fim de semana para sacar o dinheiro


postado em 20/05/2013 00:12 / atualizado em 20/05/2013 07:26

Juliana Braga e Érica Paula

O boato de que o programa iria acabar fez com que beneficiários lotassem as agências da Caixa em várias capitais do país, como no Recife(foto: Clemilson Campos/FolhaPress)
O boato de que o programa iria acabar fez com que beneficiários lotassem as agências da Caixa em várias capitais do país, como no Recife (foto: Clemilson Campos/FolhaPress)

Brasília e Recife – A Polícia Federal investigará a origem do tumulto que levou milhares de pessoas às agências da Caixa Econômica Federal, em 12 estados, por temerem o fim do Bolsa-Família. Rumores falsos eram de que o programa seria encerrado pelo governo federal. Houve confusão em algumas agências bancárias e a demora dos órgãos responsáveis em responder aos boatos irritou a presidente Dilma Rousseff.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, evitou “antecipar” qualquer tipo de suspeita, mas disse não acreditar que possa haver motivação política. “Não consigo entender o que alguém ganharia divulgando esse tipo de informação. O governo não vai ser prejudicado”, afirmou. Segundo ela, a população é que sofre porque teve que correr para os bancos, ficou preocupada e enfrentou filas.

“O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) já tomou providências, determinou abertura de inquérito policial para que possamos entender o que aconteceu e, principalmente, evitar que isso volte a ocorrer”, informou a ministra. “Não existe qualquer motivação, seja operacional, seja política, para que a gente pudesse levantar esse tipo de intranquilidade para a população”, explica.

A demora na resposta aos rumores inquietou a presidente Dilma Rousseff. A Caixa, responsável pelos pagamentos, soltou nota somente à meia noite de sábado. O MDS publicou informe em seu site às 2h50 de sábado para domingo. Somente ontem foi convocada uma coletiva pela ministra Tereza Campello, a quem Dilma pediu que usasse a mídia, na tentativa de fazer a informação chegar mais rápido aos beneficiários. “A presidente está monitorando o assunto. O Bolsa-Família é um dos programas principais do governo federal, é a base do Brasil sem Miséria. É preocupação da presidente Dilma que nós todos estejamos atentos para que nada possa prejudicar os pagamentos das famílias”, relata a ministra.

" Não consigo entender o que alguém ganharia divulgando esse tipo de informação", disse a ministra Tereza Campelo (foto: Valter Campanato/ABR)
Tereza reforçou que não há possibilidade de extinção do programa “seja do ponto de vista operacional, seja do ponto de vista de alteração de política”. Ela fez um apelo para os usuários irem às agências somente nos dias previstos para o seu pagamento, definido anualmente por um calendário entregue pela pasta. Segundo a ministra, os recursos estão garantidos e o Bolsa Família é um dos maiores orçamentos da União não contingenciados.

TUMULTO A confusão foi maior nos estados do Nordeste, no Pará e no Amazonas e, em parte, no Rio de Janeiro. Na baixada fluminense, os caixas eletrônicos ficaram sem dinheiro. No Maranhão, algumas agências foram depredadas. Ainda ontem, o boato causou transtornos pelo país. Em um shopping do Recife, a fila para entrar na agência estava dando voltas. “O que a gente soube é que a partir de amanhã não teria mais dinheiro nenhum. Precisaria sacar até meia-noite”, explicou o operador de máquinas, José Cardoso.

Algumas pessoas conseguiram antecipar o saque e isso reforçou o boato. “O dinheiro nunca sai antes do tempo. Por que saiu dessa vez? Tem alguma coisa errada. E se realmente for tudo mentira é uma brincadeira de muito mau gosto”, afirmou a manicure Silmara Maria de Andrade, de 39 anos. O ministério sequer sabia que algumas pessoas haviam conseguido antecipar o saque.

Mesmo após a administração do shopping ter informado às pessoas que tudo não passava de um boato, ninguém quis correr o risco de ficar sem o dinheiro. “Estava em uma festa de aniversário quando alguns amigos me contaram que todo mundo estava vindo retirar o dinheiro. Já são 5h e eu cheguei aqui no shopping por volta das 2h da tarde. É melhor garantir”, explica Kelly Carla, 32, técnica de enfermagem.


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