Brasília – As críticas que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, fez ao Poder Legislativo não foram bem recebidas por parlamentares. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), classificou como falta de respeito a menção feita ao Congresso. “Uma desrespeitosa declaração como essa não contribui para a harmonia constitucional, que temos o dever supremo de observar. E, com a responsabilidade e maturidade que tenho, não quero nem devo tensionar o relacionamento entre os poderes”, destacou Alves.O primeiro vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), acredita que as afirmações são “absurdas” e avalia que Barbosa não está à altura do cargo que ocupa. “É um comportamento irresponsável. Ele está apostando em uma crise”, reagiu. “Essas declarações são de alguém que não tem apreço pela democracia brasileira. Aqui, todos foram eleitos. São opiniões de alguém que não tem equilíbrio e não está em condições de presidir o Supremo. Ele é o fator da crise entre os poderes. Se hoje nós temos uma crise, a causa se chama Joaquim Barbosa”, provocou o petista.

Já o presidente do MD, deputado Roberto Freire (SP), procurou minimizar as críticas feitas pelo presidente do STF ao Parlamento e aos partidos políticos. Segundo ele, a República não pode sofrer abalos devido a opiniões. “Claro que pode haver um mal-estar. Mais grave seria se houvesse um atentado à independência dos demais poderes”, assinalou.

O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), avalia que as críticas “não ajudam em nada” na relação entre os três poderes. “Seria importante para o país que quem dirige uma instituição ajude a fortalecer a outra. Isso não está ocorrendo”. Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), alerta que seu partido não é de mentira. “O meu partido é de verdade. O PSDB é forte e fez bons governos”. (Com Diego Abreu)