Jornal Estado de Minas

Divisão de crimes cibernéticos da PF investiga boato

Agência Estado
 A investigação sobre a disseminação do boato do fim do Bolsa-Família é comandada pelo Departamento de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF), em Brasília, disse nesta terça-feira o superintendente interino da corporação no Amazonas, Dércio Carvalheda Júnior. Em Manaus, grande parte da população soube do boato no domingo, 19, e nesta segunda-feira, 20, depois do pânico que se instalou em outras capitais.
Carvalheda Júnior afirmou que, se for necessário, a PF no Amazonas estará pronta para atuar com a polícia em Brasília. "Até o momento (nesta terça-feira à tarde), não fomos informados sobre nossa participação na investigação, nem em diligência. Pelo que sei, tudo está sendo realizado diretamente de Brasília, mas estamos prontos para auxiliarmos no que for necessário." No Amazonas, pouco mais de 305 mil famílias recebem o benefício do governo federal. A dona de casa Vailma do Nascimento Assis está inclusa na lista e tem bolsa de 220 reais, benefício que recebe por ter os filhos de 15, 14, 11 e 9 anos matriculados na rede pública de ensino.

Vailma, que mora na capital amazonense, soube do boato sobre o fim do benefício no domingo à noite. "Alguns dos meus vizinhos estavam desesperados, pois necessitam do recurso. Nós sobrevivemos do salário do meu marido, que recebe em torno de R$ 1 mil. Mas, no dia seguinte, vi pelo telejornal que se tratava de boato e me tranquilizei. Devo fazer o saque do recurso ainda esta semana", declara.

Tayana Coelho Moraes, que tem um filho de 4 anos e um de 7 meses, soube da suposta suspensão do benefício também por meio de telejornal. Na manhã desta terça, Tayana esteve numa das lotéricas em Manaus e sacou o recurso. "O valor da bolsa auxilia muito nas despesas, ainda bem que foi somente um boato. Geralmente, recebo entre os dias 20 e 23 e meu dinheiro já estava liberado", afirma.

Cheia


Há um ano, o Amazonas vivia uma cheia histórica. Na ocasião, 42 das 63 cidades do Estado haviam sido atingidas pela cheia dos rios. Por causa do estado de calamidade, estes municípios decretaram situação de emergência e o governo federal antecipou na época cerca de R$ 50 milhões referentes ao pagamento de maio, junho e julho de 2012 do Bolsa-Família.