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Estado de Minas RELATÓRIO FIGUEIREDO

Senado investiga genocídio indígena


postado em 22/05/2013 06:00 / atualizado em 22/05/2013 07:30

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado promove nesta quarta-feira debate com representantes de várias entidades sobre o Relatório Figueiredo – documento que revela a violência contra tribos indígenas promovida por agentes públicos e fazendeiros durante os anos 1960 –, publicado com exclusividade pelo Estado de Minas. A audiência foi solicitada por meio de requerimento dos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Ana Rita (PT-ES). Randolfe quer esclarecer o que ocorreu, com a responsabilização do Estado brasileiro e a indenização devida aos povos indígenas pelos crimes praticados. Ele defende que cópias do relatório sejam encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos e à Subcomissão da Verdade da Casa.

Participam dos debates a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Maria do Amaral Azevedo; e o secretário-geral do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto; a representante da Comissão Nacional da Verdade, Maria Rita Khel; o jornalista do Estado de Minas Felipe Canêdo – autor da série de matérias que revelaram a existência do documento –; e a antropóloga Patrícia de Mendonça Rodrigues. Completa a lista de debatedores o vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP, Marcelo Zelic, um dos pesquisadores que descobriram o relatório há cerca de um mês no Museu do Índio, no Rio de Janeiro. O documento, com cerca de 7 mil páginas, elaborado entre 1967 e 1968, foi dado como desaparecido logo depois de sua divulgação, há 40 anos.

General

O trabalho de investigação ficou conhecido como Relatório Figueiredo por ter sido feito pelo procurador Jáder de Figueiredo Correia, atendendo pedido do então ministro do Interior, o general Albuquerque de Lima. Para elaboração do documento, Figueiredo promoveu uma expedição, iniciada em 1967 para avaliar as denúncias contra o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), extinto com a criação da Funai. Foram percorridos mais de 16 mil quilômetros em 18 estados, e vistoriados mais de 130 postos indígenas onde foram constatadas execuções de milhares de indígenas na luta pela posse da terra, que envolvia interesses de grandes latifundiários.


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