Jornal Estado de Minas

Encontro do PMDB vira palco para críticas ao PT

A ausência da presidente Dilma Rousseff, que foi convidada, mas não compareceu, deixou integrantes do partido livres para as críticas

Agência Estado
Previsto para ser um momento de discussão sobre os palanques de 2014, o jantar realizado na noite desta terça-feira, 21, por integrantes da cúpula do PMDB serviu de palco para cobranças ao principal aliado no âmbito nacional, o PT, além de críticas sobre a atuação do governo na liberação de recursos para os Estados. O encontro foi promovido pelo vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, e contou com a presença dos governadores da legenda.
A ausência da presidente Dilma Rousseff, que foi convidada, mas não compareceu, deixou integrantes do partido livres para as críticas. Logo no começo do evento, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, tomou a palavra e criticou a possível disputa com o PT ao governo do Estado, no próximo ano. Cabral defende a candidatura única do seu vice, Luiz Fernando Pezão, mas poderá enfrentar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Cabral lembrou do apoio dado às candidaturas do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. E que ele teria aberto as portas do Rio para os dois, esperando agora uma reciprocidade. Aos presentes, o governador disse que conversou nas últimas semanas com Lula e Dilma no Rio e que, dessa conversa, teria surgido a promessa de que até outubro uma decisão sobre o futuro de Lindbergh seria tomada.

Segundo peemedebistas presentes, Cabral também disse que, se não tiver o apoio do PT, não descarta apoiar outra candidatura em âmbito nacional. "Cabral não vai aceitar que Dilma faça campanha de dia para o candidato dele e à noite para o adversário", disse um peemedebista que participou do encontro.

As ameaças no Rio também poderão ecoar em outros Estados onde o PMDB quer emplacar candidato ao governo com ajuda do PT. Nessa lista estão Bahia e Ceará. Juntos, os três Estados têm delegados suficientes para mudar o cenário da convenção de julho de 2014, quando o PMDB oficializa, ou não, o apoio à reeleição de Dilma.

Além das conversas sobre a disputa eleitoral, os governadores também se queixaram da burocracia que vem enfrentando para conseguir a liberação de recursos para obras em seus Estados que deverão servir de vitrine em 2014.