A fraude na marcação de presença na Câmara Municipal de Belo Horizonte passou a ser investigada também pela Polícia Civil. Peritos e delegados estiveram nessa quarta-feira na Casa, acompanhados de representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), para analisar o painel eletrônico e os postos de votação. Eles deram início às investigações para identificar o responsável por marcar presença para o vereador Pablito (PSDB) em três reuniões do mês enquanto ele estava em viagem ao exterior. Também foram recolhidas as imagens dos dias das votações.
Como mostrou reportagem do Estado de Minas publicada ontem, diferentemente do que informou a direção da Casa – que garantiu que as câmeras só fazem registros da Mesa Diretora, do microfone do pinga-fogo e da tribuna –, há imagens dos parlamentares entrando na sessão e marcando presença nos dias em que o vereador Pablito teve seu ponto marcado enquanto estava em Miami. O EM teve acesso com exclusividade a algumas dessas gravações.
No dia 2, o ponto de Pablito foi acionado do posto 37, às 14h50. No mesmo dia, além do tucano, o vereador Jorge Santos (PRB) registrou presença no mesmo terminal. No dia 3, o ponto de Pablito foi marcado no posto 24, às 15h07. Três segundos depois, Juliano Lopes (PSDC) registrou presença na mesma cadeira. Na sessão do dia 6, outros dois parlamentares registraram presença no terminal 37, em que foi marcado o ponto do vereador Pablito: Juliano Lopes e Preto (DEM).
Depoimentos
Segundo o delegado de Fraudes Guilherme Santos, serão levadas em consideração todas as informações levantadas pela Câmara para avaliar se haverá necessidade de chamar novamente os envolvidos para depor. “A gente está neste momento trabalhando em conjunto com o Ministério Público para agilizar as investigações”, ressaltou. Da parte do Legislativo, o caso está sendo averiguado pelo corregedor, Autair Gomes (PSC), que já ouviu os vereadores Pablito e Juliano Lopes.
O corregedor assumiu o caso depois de a Casa comprovar – a partir de auditorias feitas pela Câmara e por uma empresa privada – que não houve falha técnica no painel eletrônico e que o autor da fraude é um vereador.