A 17ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos estaduais (Unale) serviu como pano de fundo para o governador Eduardo Campos (PSB) reunir, nessa quarta-feira, três de seus principais aliados em Pernambuco: os deputados federais Márcio França (SP) e Beto Albuquerque (RS), além do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, que comanda o terceiro maior colégio eleitoral de São Paulo.O governador conversou longamente com os três, antes do evento da Unale, justamente um dia depois de afirmar que mantém o “pé no canto”, o que, segundo ele, significa estar no mesmo lugar, nem acelerado, nem desacelerado. As articulações políticas entre o governador e os caciques socialistas aconteceram durante à tarde e à noite, um dia depois de socialistas defenderem, nos bastidores, que Eduardo volte a fazer críticas incisivas ao governo Dilma Rousseff.

Para alguns parlamentares, inclusive, a palestra prevista para ser feita por Eduardo, hoje, na Unale, é o momento ideal para retomar as críticas à ausência de um Pacto Federativo no país e à concentração de riquezas nas mãos do governo federal. Curiosamente, Eduardo estará cercado por três lideranças que batem publicamente de frente com o PT.

Donizette derrotou um candidato petista nas eleições de Campinas - Márcio Pochmann -, Beto Albuquerque defende abertamente a candidatura de Eduardo, enquanto Márcio França é um dos principais articuladores do governador em São Paulo. Ele defende que o PSB lance candidato próprio, naquele estado, ou mantenha a aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e está convicto de que Eduardo chegará ao 2º turno com pelo menos 30% dos votos.