Advogados que atuam na Ação Penal 470, o processo do mensalão, rebateram nesta quinta-feira observações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a demora na execução das sentenças estabelecidas no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em evento nesta manhã, Gurgel lamentou que o STF chegue ao segundo semestre sem concluir o processo.
Pacheco destacou que não há motivo para cobrar prisões neste momento porque a jurisprudência do STF estabelece as execuções apenas ao final do processo. Ele acredita que os réus não estão recebendo nenhum tipo de tratamento privilegiado, usando apenas os recursos a que têm direito. “A Justiça, todos desejam que ela seja prestada. É interesse inclusive dos próprios réus que não se eternize [o processo]. Mas isso não quer dizer que podemos prescindir das formas legais previstas”.
O advogado Arnaldo Malheiros Filho, defensor do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, também discorda da tese de que a tramitação do processo é lenta. “A execução de uma sentença não depende da pressa, mas sim do devido processo legal. Nem sempre julgar com agilidade significa fazer Justiça”, observou.
Representante do publicitário Cristiano Paz, o advogado Castellar Guimarães se disse espantado com o pronunciamento de Gurgel, pois na verdade os réus estão sendo prejudicados no julgamento. Ele observa que a defesa se manifestou somente durante o tempo legal e que o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal, "foi quase que um porta-voz do Ministério Público Federal” durante o julgamento.
De acordo com Guimarães, este não é o momento de cobrar pressa da Corte. “Agora o STF está fazendo uma avaliação criteriosa, é um momento delicadíssimo, pois é oportunidade última que acusados têm de se manifestar e conseguir alguns ajustes. O STF tem que ter cautela, tem que ter atenção”.