Na frente da Lei das Domésticas está ainda a regulamentação do direito de greve para servidores públicos e o fim da incidência em cascata de imposto sobre o preço dos combustíveis. Com lista tão grande de regulamentações a serem feitas, o Congresso criou uma comissão mista específica para o serviço, a de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição Federal. O grupo começou a trabalhar em 2 de abril e tem até 15 de setembro para concluir a tarefa. Formada por seis deputados federais e seis senadores, a comissão é presidida pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) e tem como relator o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
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Relator adia apresentação de parecer sobre regulamentação da PEC das DomésticasToffoli defende regulamentação de pré-campanha eleitoralDeputados defendem regulamentação de lei e uso de verbas contra desastres naturaisSenador Aloysio Nunes cobra regulamentação do exercício de greve no serviço públicoA não regulamentação de normas constitucionais no Brasil chegou a provocar um fato curioso na história do país, e que acabou atendendo interesses sobretudo de grupos econômicos. Na Constituição de 1988 foi aprovada a exigência de que no Brasil os juros fossem limitados a 12% ao ano. Mas como não houve regulamentação, a regra foi desrespeitada até 2006, quando foi retirada da Constituição por emenda. Em 1999, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a taxa Selic chegou a 44,95% ao ano.
Mutirão
Para tentar agilizar as regulamentações, a comissão mista foi dividida por temas: serviços públicos e administração, direitos dos trabalhadores, ordem econômica e financeira, tributação e finanças, competência privativa do Poder Executivo, organização do Estado, seguridade social, saúde, previdência social, educação, cultura, juventude e índios, segurança pública e proteção à família da vítima de crimes, comunicação, poderes Executivo e Judiciário, estado de defesa e de sítio.
Na justificativa para criar a comissão, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmam que, por falta das regulamentações, existem hoje no país 180 mil leis, decretos-lei, decretos, portarias, resoluções e instruções normativas. Boa parte delas em conflito entre si e com a própria Constituição federal. Segundo os presidentes das duas casas, com as regulamentações a tendência é de que o sistema normativo federal fique mais compreensível, seguro, transparente e homogêneo.