“A política ordinária no Brasil se faz, em alguma medida, por meio de emendas constitucionais, o que não é bom”, disse Barroso, durante palestra no 13º Congresso Brasileiro de Direito do Estado. No evento, ele falou sobre os 25 anos da Constituição federal e observou que as mais importantes garantias permanecem intocadas.
Barroso, no entanto, observou que a Constituição aborda uma “excessividade abrangente” de assuntos e mencionou o fato de dezenas de emendas terem sido aprovadas desde a promulgação da Carta, em 1988. “Isso fez com que a Constituição tenha sofrido mais de 70 emendas, o que compromete, em alguma medida, a vocação de permanência do texto constitucional”, frisou.
Leia Mais
Indicação de Barroso para o STF agrada à magistraturaSenadores elogiam escolha de Luís Roberto Barroso para o Supremo Tribunal FederalSTF tem agora time completo de ministros; Dilma indica Luís Roberto BarrosoPara Jucá, Senado aprovará nome de Barroso para o STFLuís Roberto Barroso se diz honrado com indicação para o STFIntegrantes do STF elogiam indicação de Barroso para vaga de ministroRelator aprova Barroso para STF; sabatina será no próximo dia 05Indicado ao STF inicia visita a senadores da CCJMensalão não pesou na indicação de Barroso, diz DilmaDilma admite que relação com PMDB tem 'flutuações'Na Etiópia, Dilma discursa em nome dos líderes da América LatinaMinistro do Supremo contra o voto secreto“Crise de opiniões” Pouco antes de iniciar a palestra em Salvador, Barroso deu uma rápida entrevista, na qual evitou comentar temas como o mensalão e os recentes atritos entre o Legislativo e o Judiciário. Primeiro, o jurista brincou que, no momento, está “com crise de opiniões”. Depois, disse que é preciso aguardar a sabatina. “A nomeação para ministro do Supremo envolve duas fases: a indicação pela presidente e a aprovação pelo Senado, de modo que, antes de o Senado se manifestar, não acho apropriado dar declarações sobre o cargo.”
Antes de ser nomeado, Barroso será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em que seu nome será submetido a votação. Depois, a indicação precisa ser aprovada pelo plenário da Casa. Segundo o presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a sabatina ocorrerá em junho. “Na semana que vem vamos divulgar o dia certo. Nosso calendário está cheio de audiências e seminários. Vamos também dar um tempo para que os senadores possam se preparar para a sabatina”, disse.
O peemedebista avalia positivamente a escolha feita pela presidente Dilma. “É um nome técnico e tem a respeitabilidade do mundo jurídico. Mas a sabatina nos dará a compreensão completa sobre ele”, afirmou.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também elogiou Barroso. “(Foi uma indicação) muito boa. Acho que ganha o STF e ganha o Brasil”, disse.