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Indicado por Dilma para o Supremo, Luís Barroso critica excesso de emendasCâmara quer acabar com voto secreto somente nos casos de cassação de mandatoFrente Parlamentar promove nesta quarta-feira ato público contra voto secretoPSDB retoma projeto que acaba com votação secreta no CongressoEntre as decisões tomadas no Congresso em votações secretas está a aprovação do nome indicado pela Presidência da República ao cargo de ministro da Suprema Corte. Há parlamentares que se dizem contrários à abertura do voto nessas situações por temerem consequências negativas no futuro, em possíveis julgamentos no STF. Em relação ao assunto, Gilmar Mendes disse não acreditar em represálias. “Não vejo assim. Mas é um argumento de proteção. São pensatas para evitar constragimento. Essa é uma matéria sensível”, ponderou. “Isso (o fim do voto secreto) tem que ser avaliado com o devido cuidado. Por exemplo, no que diz respeito à cassação de mandatos, essa é uma questão de julgamento. É um procedimento em que se toma uma cautela até para garantir uma isenção”, afirmou Gilmar Mendes.
Mensalão
Em 2005, auge do escândalo do mensalão, o plenário da Câmara livrou da punição de perda de mandato dois parlamentares que, no ano passado, acabaram condenados pelo STF: João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT). A Corte não só os condenou à prisão como declarou a perda dos direitos políticos. O voto secreto ajudou a proteger 80% dos deputados suspeitos de envolvimento no mensalão. Em uma das ocasiões, quando João Magno (PT-MG) foi absolvido pelos pares, a deputada Angela Guadagnin (PT-SP) fez a chamada “dança do mensalão”.
Para Gilmar Mendes, com o voto aberto a pressão da população poderia gerar constrangimentos nos parlamentares. No caso dos vetos presidenciais, ele acredita que há lógica na defesa do sigilo em nome da proteção contra pressões do Executivo. Em todas as situações que envolvem a discussão, Mendes sugere cautela.