Após enfrentar problemas na aprovação da MP dos Portos e diante de setores do PMDB que apoiam a instalação de uma CPI sobre a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff admitiu neste sábado (25) que a relação com o partido tem "flutuações", mas afirmou que os problemas com a sigla são "pontuais". Dilma falou à imprensa na manhã deste sábado, antes de cumprir agenda para as comemorações dos 50 anos da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia.
Ao todo, 63% dos 82 parlamentares da bancada do PMDB subscreveram o pedido de investigação. Segundo o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), a criação da CPI não tem qualquer ligação com a atuação dele durante a votação da Medida Provisória dos Portos, quando entrou em rota de colisão com o Palácio do Planalto.
"Nós não vemos nenhum problema nas relações com o PMDB. Nenhum. Há flutuações, né? Porque também há interesses momentâneos desse ou daquele segmento", comentou a presidente.
Questionada se os episódios de atrito seriam pontuais, Dilma respondeu: "São. E não são significantes, do ponto de vista da qualidade da aliança com o PMDB."
Na avaliação da presidente, uma possível instalação da CPI não teria o poder de arranhar a imagem da empresa. "Poder arranhar a imagem da empresa, não acredito. A Petrobras, como empresa, mas principalmente o Brasil, como possuidor de reserva, tem agora uma imensa riqueza provada com essa licitação do campo de Libra" destacou.
"Se você considerar todas as reservas que nós acumulamos desde que a Petrobras começou a explorar petróleo no Brasil, nós acumulamos em torno de 14 bilhões de reservas de petróleo equivalente. Este campo de Libra, só ele, que é um dos campos do pré-sal, pode ter entre 8 a 12 bilhões. Isso significa que o Brasil tem a possibilidade de explorar um nível de produção de petróleo que nunca teve antes concentrada num só campo. Isso implica renda, implica capacidade de demanda à indústria naval. Significa que nós temos hoje o horizonte de nos transformarmos num país com uma posição no mundo do petróleo extremamente diferenciada e estratégica", afirmou.