Jornal Estado de Minas

PMDB sai de cima do muro e se une ao PT com foco nas eleições de 2014

Depois de dois anos e meio de indecisões em relação ao Palácio da Liberdade, o partido se une ao PT e inaugura temporada de ataques ao PSDB mineiro na propaganda eleitoral

Juliana Cipriani
Posse de Antônio Andrade no ministério selou aiança com PT - Foto: Valter Campanato/ABr
O disputado passe do PMDB de Minas Gerais – que vale um considerável apoio de líderes locais espalhado pelo estado – parece ter sido finalmente conquistado pelo PT a pouco mais de um ano da campanha eleitoral de 2014 . Depois de meses com uma postura branda e flertes com o governo Antonio Anastasia (PSDB), os peemedebistas partiram para o ataque aos tucanos na propaganda partidária na televisão. Evitando o confronto direto, o PSDB promete responder com uma “agenda positiva”. O PMDB é o segundo em número de prefeitos eleitos em Minas, com 118, atrás do PSDB, que tem 141.

O bombardeio nos comerciais passa pelas principais áreas da administração e questiona a população sobre as reais condições do estado. Os peemedebistas citam dados sobre o aumento da criminalidade, a cobrança de caros pedágios e a administração terceirizada do estádio do Mineirão. Num dos filmes, o ator contratado pelo PMDB diz que Minas é o estado campeão nacional da dengue. O partido aproveita o tempo de televisão para dizer ainda que a economia mineira cresce menos que a do país e, na educação, alega que o governo tucano gasta menos para pagar um professor do que despende para pagar um presidiário, por exemplo.


O partido encerra todos os comerciais prometendo fazer diferente do governo tucano: “O PMDB propõe um caminho diferente a ser construído com você”. O partido, que já se articula com a possibilidade de lançar um nome para concorrer ao Palácio da Liberdade em 2014, diz estar ao lado da população. O cotado para concorrer, senador Clésio Andrade, não aparece nesses filmes.


O período de adaptação do PMDB passou por várias reuniões, algumas delas com o governo estadual e outras em Brasília. Nesse meio-tempo, o deputado federal e dirigente da legenda em Minas, Antônio Andrade, foi empossado ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Enquanto o quadro se delineava, o governador Antonio Anastasia chegou a dizer que não tinha espaço para o PMDB em sua administração.


Na semana passada, o PMDB selou em Brasília a volta do bloco de oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que reúne, além dos peemedebistas, o PT, PRB e PCdoB. Se a revalidação do bloco não deixou claro, a postura agressiva do PMDB na propaganda que veio na sequência confirmou que o partido escolheu um lado.


Contraponto

Segundo o secretário-geral do PSDB de Minas, deputado estadual Carlos Mosconi, as inserções do PSDB mineiro em junho não vão responder diretamente às acusações, mas farão um contraponto. “A disposição do senador Aécio Neves e do PSDB é de mostrar ao Brasil e relembrar a Minas Gerais as coisas boas que foram feitas pelos governos Aécio/Anastasia. Vamos mostrar que estamos em primeiro lugar nos certames de educação, o Pró-hosp, que fez com que Minas não entrasse na paralisação nacional do setor de saúde, os programas na área de infraestrutura, e que Minas cresceu mais economicamente do que o país. Acho importante mostrarmos uma agenda positiva”, afirmou.


No discurso, porém, Mosconi não deixou de rebater o PMDB. Segundo o tucano, as críticas dos peemedebistas “tem tudo a ver com o governo federal”. De acordo ele, a União não repassa verba suficiente em saúde nem em segurança. O deputado acredita que as inserções do PSDB nacional, que trazem o presidente do partido, senador Aécio Neves, já estão servindo de contraponto.