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CPI do Tráfico de Pessoas estuda leis mais rigorosas para adoção por estrangeirosProjeto de lei que aumenta pena para tráfico é aprovado na Câmara e segue para o SenadoProjeto de lei que aumenta pena para tráfico segue para o Senado“É a secretária que vai nos trazer os dados concretos, já que é ela a chefe da coordenação responsável pelas adoções feitas no país”, explicou Francischini. Ele quer saber o que a secretaria tem feito fiscalizar e acompanhar casos como o da organização não governamental (ONG) Limiar, com sede em São Paulo, e de seu ex-representante no Paraná, Audelino de Souza, acusados de cobrar para intermediar a adoção de crianças brasileiras por famílias norte-americanas.
“Obtivemos informações exclusivas de que crianças levadas para os Estados Unidos com a ajuda desta ONG acabaram abandonadas pelas famílias norte-americanas que as receberam”, disse o deputado. Segundo ele, se confirmado, o abandono de crianças e jovens à própria sorte revelará a falta de fiscalização e a necessidade de mudanças na atual legislação, para tornar mais rigorosas as exigências para adoção internacional.
O presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), adiantou nesta quarta-feira, que a comissão discute três propostas para tornar o processo de adoção mais rigoroso: permitir que apenas famílias que vivem em países signatários da Convenção de Haia adotem e levem crianças do Brasil, o fim da intermediação dos processos adotivos por pessoas físicas, restringindo essa participação aos organismos e entidades credenciados pelas autoridades centrais de seus respectivos países e que, além de passar por análise e fiscalização das comissões estaduais judiciárias de adoção, os processos sejam integralmente acompanhados pela Autoridade Central brasileira, subordinada à Secretaria de Direitos Humanos (SDH).
Jordy destacou que, embora não queiram desestimular quem age de boa-fé, os integrantes da CPI identificaram lacunas legais que permitem a prática de irregularidades. "Não queremos punir as pessoas que agem de boa-fé, pois sabemos que é preciso estimular a adoção, inclusive a internacional, último recurso nesses casos. Mas temos que fechar as lacunas que permitam eventuais irregularidades", ressaltou o deputado.
Procurada, a Secretaria de Direitos Humanos informou que a ministra Maria do Rosário só falará sobre o convite para falar na CPI após ser oficialmente notificada da decisão da comissão.