A modificação foi sugerida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A MP será avaliada em comissão mista na terça-feira e já segue para análise da Câmara na quarta-feira. Na semana seguinte, o texto será enviado para o Senado. A ideia é liberar a matéria para sanção até 12 de junho.
Encarregada pela presidente Dilma Rousseff de comunicar as posições do Palácio do Planalto sobre as medidas provisórias em questão, a ministra da Casa Civil negou a existência de uma crise na articulação política do governo, conduzida por ela e pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. “O que nós tivemos foi uma questão de prazo. Como disse o presidente do Senado, foi uma questão matemática. Infelizmente, não deu o prazo que o Senado tinha se autoestabelecido para apreciar uma medida provisória”, afirmou Gleisi.
Confirmando o anúncio feito por Gleisi Hoffmann, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, assegurou que nada se alterará na conta de luz dos brasileiros. “A redução dos 20% da conta de luz é um compromisso inarredável do governo, quaisquer que sejam os percalços”, declarou. Segundo ele, não fosse o decreto, poderia haver aumento entre 4,6% e 15% nas tarifas.
“Fraude”
A solução adotada pelo governo, entretanto, não agradou a todos. “Se cada MP que caducar virar uma emenda, não é mais um processo legislativo. É uma fraude”, atacou o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO). O questionamento vem da regra que impede que duas medidas provisórias sobre o mesmo tema sejam editadas no mesmo ano legislativo. Como a MP 605 é do ano passado, a base entendeu que não haveria impedimento em incluir seu teor na MP 609/2013. “Isso faz com que qualquer MP que a Câmara venha a derrubar não tenha mais cancelamento de reedição no mesmo ano”, criticou Caiado.
Nem mesmo a base poupou a presidente de críticas. “Temos de reduzir o número de medidas provisórias. O país já tem coisa demais aprovada, não precisa de tanta pressa para enviar tantas MPs. O que já tem dá para governar por dois anos”, reclamou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). (Colaborou Paulo de Tarso Lyra)