No orçamento inicial do Ministério das Cidades para este ano estavam previstos gastos de R$25,6 bilhões, dos quais R$ 5,02 bilhões foram bloqueados. Embora o corte represente “apenas” 20% da verba, a margem de manobra para a aplicação dos recursos salvos da tesourada do governo é pequena. Para o programa de gestão de risco e desastres ambientais foi reservado cerca de R$1,5 bilhão e o montante já foi executado no primeiro semestre. A área da habitação é a que ficou com a maior parte dos recursos, com R$ 13,8 bilhões reservados, incluindo as ações do programa Minha Casa, Minha Vida. Desse total já foram gastos mais de R$ 7 bilhões. Para a área de planejamento urbano o orçamento reservou R$ 3,8 bilhões, sendo que mais de R$3 bilhões foram executados.
O corte do total do Orçamento da União anunciado na semana passada pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, foi de R$ 28 bilhões. Além do Ministério das Cidades, outras pastas que terão reduções significativas são as da Defesa, que perde R$3,6 bilhões, e do Turismo, com redução de R$1,9 bilhão. Diferentemente dos anos anteriores, quando o contingenciamento atingiu a totalidade dos recursos destinados a emendas apresentadas por parlamentares, neste ano R$ 7,1 bilhões dos R$ 22,7 bilhões iniciais ficaram livres da tesourada.
Mobilidade
Em Minas Gerais, o Ministério das Cidades prevê para 2013 investimentos de R$ 225 milhões em ações de urbanização, R$ 13 milhões em saneamento básico e R$ 2,5 milhões em resposta a desastres. Para as ações do PAC, em que ficou acertado que não serão feitas alterações, o estado tem reservado mais de R$ 2 bilhões, sendo metade desse valor para a ampliação do metrô de Belo Horizonte – com a revitalização das linha 1 e construção de dois trechos entre o Barreiro e Calafate e a Região da Savassi e a Lagoinha – , construção do Complexo da Lagoinha e implantação de terminais metropolitanos de integração.
Também estão programadas obras de mobilidade para outras grandes cidades mineiras, como a implantação de corredores viários em Uberlândia, do BRT em Uberaba, de corredores exclusivos para ônibus em Ribeirão das Neves, além de novas vias em Governador Valadares, Betim, Montes Claros e Contagem. Como as obras estão incluídas no PAC Mobilidade Médias Cidades, o ministério garante que elas não serão afetadas pelos os cortes.