Ordem de Dilma para que ministérios cortem 10% da despesa emperra
Para especialistas, a falta de uma cultura da eficiência no governo impede o controle do orçamento público
A presidente Dilma Rousseff determinou a todos os ministros que cortem 10% das despesas correntes em 2013. Impressionada com resultados obtidos, no ano passado, com um programa voltado exclusivamente para combater desperdícios nos prédios da Esplanada dos Ministérios, e desafiada pelas seguidas altas nos gastos de custeio da máquina federal, à taxa média anual de 12% desde 2003, ela decidiu ampliar o alcance da iniciativa e mandou todos os servidores economizarem com água, luz, telefone e papéis, entre outros itens. Contudo, as barreiras para se cumprir à risca a determinação presidencial feita em dezembro, de dar uma tesourada de R$ 76 bilhões na gastança com o custeio, apresentam-se quase intransponíveis.
Especialistas ouvidos pelo Correio apontam como obstáculos à austeridade com o dinheiro público desde uma série de entraves burocráticos até uma cultura estatal enraizada que não preza pela eficiência. Em complemento a esse cenário adverso, o próprio Planalto emite sinais contraditórios, ao relaxar critérios para criar órgãos e empresas, nomear funcionários sem concurso e, de quebra, esbanjar nas viagens internacionais.