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Ao conversar com lideranças dentro do próprio partido de Dilma, o PT, constata-se o receio de que o mal-estar na relação do Planalto com os aliados chegou ao "limite" nas últimas semanas. "No começo víamos um ou outro se queixando, mas era começo de governo, ainda dava para resolver na conversa. Acontece que pouco foi feito de lá para cá e agora há um acúmulo de dois anos e meio, como segurar isso?", ponderou uma liderança do PT no Congresso. Parte do descontentamento está na falta de liberação de emendas e no engessamento dos projetos dos aliados que servirão de vitrine em 2014, ano de eleição.
Segundo parlamentares da base ouvidos pelo Broadcast, na questão de visibilidade eleitoral, o Palácio do Planalto também tem priorizado a realização de ações ligadas aos ministérios que estão sob o guarda-chuva do PT. Dos atuais 39 ministérios, o partido tem 18.
Mercadante
Uma alternativa para os aliados conseguirem emplacar uma ação de visibilidade em seus redutos eleitorais está na execução de projetos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas o problema nesse plano B apontado por lideranças no Congresso é a falta de acesso à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, responsável pelo PAC. "Tudo passa pela Belchior e quando não é com ela dizem para tratar com a Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucional, que já ficou claro que não resolve nada", disse um cacique da base aliada.
O sentimento de falta de autonomia de Ideli também recai sobre a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, que deixou de atuar apenas nos bastidores e passou a dar declarações sobre as votações de proposta de interesse do governo no Congresso. "Há uma desconexão total da coordenação política. Mas tudo passa pela lógica de que Dilma pensa que não precisa do Congresso para nada", avalia um integrante do partido de Dilma.
É diante desse vácuo na articulação política que alguns parlamentares acreditam que a inserção do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no contato direto com o Congresso, poderá amenizar o clima beligerante dentro da própria base.
No entendimento de alguns parlamentares, Mercadante tem conhecimento aprofundado dos temas mais técnicos e "coragem" para dizer não a Dilma. Uma iniciativa que, para muitos, não é colocada em prática desde a saída de Antônio Palocci da Casa Civil, ocorrida no primeiro ano do governo da petista.