Integrantes da base do governo tucano em Minas Gerais querem buscar o apoio do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), à provável candidatura à Presidência do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O presidente socialista e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, também é cotado para a corrida presidencial do ano que vem, mas os aliados do senador estão confiantes no apoio do prefeito.
Nesta segunda-feira, lideranças de oito das cerca de 20 legendas que integram a base do governo mineiro reuniram-se para criar uma espécie de força-tarefa pluripartidária para trabalhar pela candidatura de Aécio e pela construção de um palanque para o tucano no Estado. Segundo o presidente do diretório estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, "uma das tarefas do movimento" criado nesta segunda será a discussão com o prefeito da capital. "O PSB tem uma série de circunstâncias específicas. Toda as lideranças aqui presentes pretendemos ter uma conversa com o prefeito Marcio Lacerda no momento próprio. Há uma construção a ser feita", disse.
Lacerda foi eleito em 2008 com apoio do então governador Aécio Neves em parceria com o ex-prefeito da capital e atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, possível candidato petista na sucessão estadual. No ano passado, o socialista rompeu com o PT e derrotou os ex-aliados em campanha coordenada pelo senador tucano.
O nome do prefeito já foi cotado para a sucessão do governador Antonio Anastasia (PSDB), mas Lacerda nega que tenha intenção de deixar o cargo e, com a possibilidade da candidatura de Eduardo Campos, a candidatura estadual do PSB com palanque para Aécio no Estado se tornou inviável. Anastasia não pode ser reeleito e não há nome natural para disputa pelo Executivo mineiro.
Atualmente, há três nomes do PSDB - o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, e o próprio Pestana -, além do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) cotados para o pleito. Mesmo assim, o presidente tucano descartou a possibilidade de convidar Lacerda para representar o grupo filiado a outro partido porque "seria um desrespeito também". "O apoio dele nós queremos. A unidade em torno de um projeto", observou o tucano.
Aliados
Outra atribuição das lideranças reunidas nesta segunda-feira em Belo Horizonte é tentar convencer a direção nacional de seus partidos a aderirem à candidatura de Aécio ou, pelo menos, deixarem que os diretórios estaduais definam as coligações regionais. Estavam presentes à reunião integrantes de legendas que integram a base da presidente Dilma Rousseff, como PSD, PR, PTB e PDT, além de partidos da oposição como DEM e PPS. Marcus Pestana disse que representantes do PV também foram convidados, mas não compareceram porque "houve um problema de última hora". "Não há exigência de verticalização. Mas todos trabalharão no sentido de trazer esses partidos, até em nível nacional, para a candidatura de Aécio Neves. (O senador) tem bom trânsito com todos esses partidos e capacidade de aglutinação", observou Alberto Pinto Coelho, cuja legenda também apoia o governo federal.