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Dilma age para adiar desapropriações de terrasDilma age para adiar desapropriações de terras nas regiões de conflitosParlamentares do agronegócio querem suspender demarcação de terras indígenasAgricultores fecham rodovias no Rio Grande do Sul contra demarcaçãoDemarcação de terras compete ao Executivo, diz Ministro da JustiçaPresidente da Funai sai em meio a conflitos indígenas e mudanças nas regras de demarcação"A Funai tem, claro, a sua palavra no laudo antropológico, não vai ser desconsiderada de maneira nenhuma. Nós queremos apenas ter instrução de outros órgãos para que a gente possa basear as decisões. Porque a decisão de demarcações não é uma decisão só da Funai. Ela sobe para o ministro da Justiça e para a presidenta da República. É importante que a gente tenha o procedimento claro. Hoje, o decreto que trata das demarcações já é um decreto que prevê a oitiva de outros órgãos. É deixar esse procedimento claro, para que todo mundo possa acompanhar, para que seja transparente", disse.
Gleisi também defendeu o cumprimento de decisões judiciais. "Processo judicial é fundamental. Nós vamos cumprir aquilo que a Justiça determinar. Onde a Justiça conduzir o processo, o Executivo também vai estar nessa condução. Eu sei que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já está fazendo essa mediação de conflito em Mato Grosso do Sul, e isso é importante, acho que foi uma iniciativa importante do Supremo Tribunal Federal (STF), seria importante que em outras áreas de conflito e judicialização o CNJ também pudesse acompanhar, e nós vamos seguir aquilo que for uma determinação judicial nos casos em que tiver judicialização", afirmou.
CNBB
D. Leonardo disse esperar que a Funai não seja esvaziada das funções. "Também esperando que as demarcações continuem, é direito dos povos indígenas. Naturalmente, temos diversas situações muito diferentes no Brasil. Ela (a chefe da Casa Civil) respondeu que ouvirão mais pessoas, mas a amarração final se entendi bem, será da Funai", afirmou.
Sobre a resistência de índios de sair de fazendas em Mato Grosso do Sul, ele disse que os episódios são "manifestações dos povos indígenas". "Mato Grosso do Sul é uma realidade, onde os índios tiveram esse direito recebido ainda no tempo do Império, depois as famílias compraram essas terras... existem outras realidades. Os povos indígenas hoje têm uma consciência maior do seu valor, da sua cidadania e começam a se organizar mais", disse. "A CNBB sempre se caracterizou pelo diálogo. Também dialogará agora para que seja respeitado o direito dos pequenos."
Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à CNBB, acusou o governo federal de mostrar "cada vez mais" que "não entende e que não está disposto a entender os povos indígenas brasileiros". "As medidas anunciadas pelo governo com o intuito de superar os conflitos em torno das questões indígenas no Brasil partem do pressuposto equivocado segundo o qual os povos indígenas estariam causando os conflitos e agindo sob o comando de organizações não indígenas, de modo especial o Cimi. Além de preconceituoso e racista, o pressuposto é sociologicamente falho", critica a nota. Questionado sobre o teor da nota, d. Leonardo disse que ainda não a havia lido.