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Estado de Minas

Dilma passará pelo primeiro "teste" após ouvir as queixas do PMDB

Votação de MP é a prova de fogo no Congresso, após Dilma se reunir com caciques do partido para aparar as arestas


postado em 04/06/2013 06:00 / atualizado em 04/06/2013 07:42

Em seu reduto, o peemedebista Henrique Alves puxou a homenagem à presidente Dilma, que mais tarde ouviria as reclamações do partido(foto: Roberto Stuckert Filho/PR Natal )
Em seu reduto, o peemedebista Henrique Alves puxou a homenagem à presidente Dilma, que mais tarde ouviria as reclamações do partido (foto: Roberto Stuckert Filho/PR Natal )

O turbulento relacionamento do governo com o principal partido da base aliada, o PMDB, passará por novos testes nesta semana. Deve ser votada nesta quarta-feira a medida provisória da cesta básica, que, além de desonerar produtos de primeira necessidade, absorveu a MP que reduz a tarifa de energia. O assunto é considerado estratégico pela presidente Dilma Rousseff, principalmente após o último atrito com o PMDB na terça-feira passada, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), decidiu não votar o texto de duas MPs para votação, alegando falta de tempo para a adequada apreciação da matéria. Amanhã também termina o prazo para os vetos à MP dos Portos.


Nessa segunda-feira, a cúpula do partido e Dilma resolveram discutir a relação e aparar as arestas. Em público, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu um minuto de aplausos à presidente, em viagem a Natal. A portas fechadas, os caciques se reuniram com a presidente para resolver problemas do “casamento”, principalmente no que diz respeito à articulação do Planalto com o Congresso. Discutiram ainda um novo rito para a tramitação das MPs e a possibilidade de criação de um conselho político para tratar com a base, com a participação de Dilma.


O vice-presidente Michel Temer foi o responsável pela viabilização do encontro, no Palácio do Planalto, nessa segunda-feira. “Era preciso ter essa conversa. Essa é a linha sucessória do país e é preciso fazer ajustes nessa operação para não parecer que o PMDB está criando dificuldades. O PMDB não é autor da crise, é depositário da crise porque a bomba estoura no colo do presidente da Câmara ou no do Senado. A articulação do governo não funciona bem”, disse um peemedebista.
“Como Gleisi (Hoffman, ministra da Casa Civil) e Ideli (Salvatti,  de Relações Institucionais) não operam bem a política, a tendência é cobrar de alguém. E Dilma cobra pesado. Parece uma desculpa e desculpas não resolvem o problema do governo. Só agravam”, complementou. Dentro do partido, as principais críticas são dirigidas a Gleisi. No episódio das MPs da conta de luz e da que tratava da desoneração nas folhas de pagamento de setores da construção civil e do varejo, a complicada relação com ministra da Casa Civil ficou ainda mais evidente. A ministra ligou para Renan para cobrar explicações e ouviu do peemedebista que é ele – e não ela – o presidente do Senado.
Na votação da MP dos Portos, Renan disse que não votaria mais MPs com menos de sete dias para o fim da validade. “Houve uma negociação para que fosse interpretado que o dia que as MPs chegaram ao Senado era o sétimo dia. Renan pensou em convocar uma extraordinária para segunda-feira, mas desistiu”, disse uma liderança.

Afago nos nordestinos

Na terra dos peemedebistas Henrique Alves e Garibaldi Alves Filho, ministro de Minas e Energia, a presidente Dilma adiantou que o governo lançará um Plano Safra exclusivo para o semiárido. O objetivo é dar suporte aos agricultores prejudicados pela seca. O anúncio foi feito na cerimônia de entrega de retroescavadeiras para prefeituras do Rio Grande do Norte, em Natal. “As dívidas também serão equacionadas neste Plano Safra que nós iremos lançar”, afirmou, sobre a cerimônia de hoje no Palácio do Planalto. (Colaboraram Paulo de Tarso Lyra e Grasielle Castro)

Enquanto isso...

...Enterrada a MP da alegria

O Ministério do Planejamento enterrou a proposta de medida provisória encaminhada pela Subsecretaria de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que promove 4.755 técnicos e analistas com formação em contabilidade à elite do funcionalismo federal, numa nova edição do famoso trem da alegria. Conforme reportagem publicada ontem pelo Estado de Minas, eles teriam reajustes de mais de 200% de 2014 a 2016, passando a receber salários que ultrapassariam os R$ 22 mil, no caso dos analistas. O ministério afirmou que o texto de MP enviado foi considerado “inviável” e que as conclusões foram encaminhadas ontem à STN. (Ana D’angelo)


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