Os primeiros lances para a sucessão ao Palácio da Liberdade em 2014 mal começaram e o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) – candidato derrotado na eleição para prefeito de Belo Horizonte em 2008 – já está com o passe valorizado. Depois de ser sondado pelo PSB, do governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos, como plano B para disputar o governo mineiro pela legenda, o PT tenta convencê-lo a se manter no PMDB e ser o vice em uma possível chapa encabeçada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel (PT). Impulsionando toda essa jogada está uma crise entre os peemedebistas mineiros, que, ignorando os anseios de Quintão, têm colocado o nome do senador Clésio Andrade (PMDB) como pré-candidato.
Diante das movimentações, o presidente do PT de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, teve um encontro reservado com Leonardo Quintão na segunda-feira, no qual pediu ao peemedebista que permaneça no partido e seja candidato a vice com Pimentel. Apesar de não confirmar o convite, Carvalho afirmou que procurou Quintão para argumentar que ele deveria ficar na base aliada à presidente Dima Rousseff (PT) e defendeu a dobradinha entre os partidos. “Dentro do PT sempre defendi que o PMDB é o parceiro mais importante, não é à toa que o Michel Temer é vice de Dilma, e defendo aqui uma chapa que junte PT e PMDB já no primeiro turno. Sair os dois partidos separados é algo que não cabe em Minas”, afirmou.
Documento
Quintão disse que ouviu Roberto Carvalho, mas não disse sim. Nem não. Ele agora cobra um posicionamento do PMDB, em documento enviado ontem ao presidente do partido, deputado Saraiva Felipe, em que oficializa sua intenção de concorrer ao governo de Minas Gerais. Quintão pede que a Executiva coloque em votação o posicionamento político por candidatura própria, participação em uma chapa como vice ou ausência em chapa majoritária. “O que quero é ser candidato ao governo do estado e gostaria que fosse pelo PMDB, mas preciso de uma posição. Diante da resposta (do PMDB) terei condições inclusive jurídicas para tomar o meu rumo”, afirmou.
Dando mais força aos que apostam no racha interno, Quintão informou que, caso o partido opte pela candidatura própria ao governo, vai pedir ao PMDB que faça uma pesquisa interna para avaliar o seu nome e o do senador Clésio Andrade, que já foi vice-governador de Minas na primeira gestão do tucano Aécio Neves, quando era filiado ao PR. O senador também não vai deixar barato. Clésio vem ampliando suas andanças por Minas Gerais e é apontado como um nome forte dentro do partido para concorrer ao governo. Resta saber qual dos dois será apontado como o nome eleitoralmente mais viável.